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Allyson Leguizamon

Moção para Frei Gilson gera bate-boca entre vereadores do PT e PL

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Votação de moção para Frei dividiu parlamentares.
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Vereadores do PL defendiam que o frei fazia o bem ao ser um líder religioso que chama a atenção de milhões de fiéis, enquanto a bancada do PT votou contra a moção ao relembrar que Frei Gilson proferiu falas machistas

Uma moção em apoio ao Frei Gilson gerou debate entre vereadores do PT e do PL de Campo Grande durante a sessão ordinária desta terça-feira (11). A iniciativa, proposta pela bancada do Partido Liberal, foi motivada pelo sucesso do sacerdote da Ordem Carmelita Mensageiras do Espírito Santo em atrair fiéis por meio de lives nas redes sociais.

A moção foi aprovada com 21 votos a favor, cinco contrários e três abstenções.

Os vereadores do PL argumentaram que o frei presta um serviço positivo ao liderar religiosamente milhões de seguidores. Por outro lado, a bancada do PT se posicionou contra, destacando declarações machistas feitas por Frei Gilson.

O religioso havia afirmado em um discurso que as mulheres foram criadas para auxiliar os homens, enquanto estes seriam líderes naturais por determinação divina. “Essa é a fraqueza da mulher. Ela sempre querer mais. ‘Eu não me contento só em ter as qualidades de uma mulher. Eu quero mais’. E isso é a ideologia dos mundos atuais. Vou até usar a palavra que vocês já escutaram muito: empoderamento. ‘Eu quero mais’. É claro ver que Deus deu ao homem a liderança”, declarou o frei.

PT votou contra a moção ao relembrar que Frei Gilson proferiu falas machistas.

Clima tenso

No encerramento da sessão, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) comentou sobre o tom da votação, expressando desconforto por ser comparada a “diabinhos” ou acusada de ter a mente “poluída”. Ela pediu respeito no diálogo e solicitou que os vereadores do PL não utilizassem sua voz ou imagem em redes sociais ou plataformas financiadas. “Fiquei constrangida com o tom que usei no início da sessão”, admitiu.

A petista também criticou André Salineiro (PL) por, segundo ela, disseminar “fake news” contra o padre Júlio Lancellotti. “São acusações injustas, palavras duras e uma imputação grave”, declarou.

Naquele momento, a sessão era conduzida pelo vice-presidente da Mesa Diretora, André Salineiro (PL), que, ao fim da fala de Luiza, rebateu dizendo que ela estava “equivocada”. Ele esclareceu que as acusações contra o padre Lancellotti partiram do vereador Rafael Tavares (PL), e não dele.

“Ô vereadora Luiza Ribeiro, a senhora falou pela ordem, agora me escute. A senhora deveria corrigir isso. Não fui eu quem falou, foi Rafael Tavares que mencionou Julio Lancellotti”, disse Salineiro.

Enquanto ele falava, Luiza Ribeiro respondia ao fundo. Salineiro continuou: “Se a senhora criticou, sinta-se ofendida [pelo termo ‘diabinhos’]; se não criticou, não se sinta. É simples. Mas não queira controlar como um vereador se expressa. Todos aqui são livres e autônomos”.

A troca de farpas seguiu por mais alguns instantes, mas Salineiro logo retomou a leitura da pauta de eventos futuros da Casa de Leis.

André Salineiro (PL) e Luiza Ribeiro (PT) trocam farpas durante sessão ordinária.

Outros vereadores

Durante a declaração de votos, outros parlamentares se manifestaram. Rafael Tavares (PL), Fábio Rocha (União Brasil) e Ronilço Guerreiro (PODE) defenderam Frei Gilson, enquanto Jean Ferreira (PT) e Landmark (PT) condenaram as declarações do religioso.

Fala de petista causou indignação entre bolsonaristas que defendia a moção do Frei Gilson.

O presidente da Mesa Diretora, vereador Papy (PSDB), adotou um tom conciliador, destacando que debates são inerentes à democracia e garantidos no plenário. No entanto, ponderou que cada vereador deve assumir a responsabilidade por suas palavras. “As palavras têm poder, e nós vivemos delas, que é o direito de falar”, ressaltou.

Votação da moção de apoio ao Frei Gilson

Veja como cada vereador de Campo Grande votou:

  • Ana Portela (PL) – Sim
  • André Salineiro (PL) – Sim
  • Beto Avelar (PP) – Sim
  • Carlão (PSB) – Não
  • Clodoilson Pires (Podemos) – Sim
  • Delei Pinheiro (PP) – Não votou
  • Dr. Jamal (MDB) – Não votou
  • Dr. Lívio (União Brasil) – Sim
  • Dr. Victor Rocha (PSDB) – Sim
  • Fábio Rocha (União Brasil) – Sim
  • Flávio Cabo Almi (PSDB) – Não
  • Herculano Borges (Republicanos) – Sim
  • Jean Ferreira (PT) – Não
  • Junior Coringa (MDB) – Sim
  • Landmark (PT) – Não
  • Leinha (Avante) – Sim
  • Luiza Ribeiro (PT) – Não
  • Maicon Nogueira (PP) – Sim
  • Marquinhos Trad (PDT) – Sim
  • Neto Santos (Republicanos) – Sim
  • Otávio Trad (PSD) – Sim
  • Papy (PSDB) – Abstenção (presidia a sessão)
  • Professor Juari (PSDB) – Sim
  • Professor Riverton (PP) – Sim
  • Rafael Tavares (PL) – Sim
  • Ronilço Guerreiro (Podemos) – Sim
  • Silvio Pitu (PSDB) – Sim
  • Veterinário Francisco (União Brasil) – Sim
  • Wilson Lands (Avante) – Sim