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Gaeco e Gecoc denunciam Patrola e mais 11 pessoas por corrupção e organização criminosa

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Foto: Buscas na ALS. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
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Ex-secretário de obras e servidores também foram denunciados; confira a lista completa

O empreiteiro André Luiz dos Santos, o Patrola, e outros empreiteiros foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações. A maioria dos contratos foi firmada durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT).

A denúncia foi feita mês passado pelo MPMS e aguarda análise do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande.

Conforme apurado, outras 11 pessoas foram denunciadas por crimes como peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, confira os nomes:

1) ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS: dono da ALS Locações e Terraplanagem Ltda
2) JULIANA PERES VILLALBA: Representante legal de Patrola
3) MAMED DIB RAHIM: empreiteiro ex-sócio da Engenex
4) EDCARLOS JESUS DA SILVA: empreiteiro Engenex
5) PAULO HENRIQUE SILVA MACIEL: empreiteiro Engenex
6) ARIEL DITTMAR RAGHIANT: arquiteto que assinou como ‘responsável técnico’ de obras suspeitas
7) PATRÍCIA DA SILVA LEITE: funcionária da Engenex
8) MEHDI TALAYEH – engenheiro da Prefeitura – Supervisor
9) EDIVALDO AQUINO PEREIRA: servidor público SISEP – Gestor de Projetos
10) ERIK ANTÔNIO VALADÃO FERREIRA DE PAULA: servidor Público Sisep
11) FERNANDO DE SOUZA OLIVEIRA: servidor da Sisep
12) RUDI FIORESE: secretário de obras da gestão de Marquinhos Trad

Patrola apontado como sócio oculto de empreiteiras

André Luiz dos Santos seria o operador do esquema de ‘laranjas’ para comprar as empresas e, assim, vencer todas as licitações de cascalhamento em Campo Grande. Tratam-se de contratos difíceis de aferir a comprovação dos serviços.

André, inclusive, teria ganhado o apelido de ‘Patrola’ justamente por usar basicamente uma patrola para ‘disfarçar’ os serviços contratados na hora da medição, que é sempre realizada por um fiscal do órgão público.

No entanto, as informações apuradas mostram que o empreiteiro teria acesso facilitado pela administração municipal – com ex-secretário e servidores da pasta de obras denunciados – a licitações, e usaria a rede de empreiteiras nas mãos de laranjas para desviar milhões dos cofres municipais com obras que nunca teriam sido realizadas e seriam difíceis de ‘conferir’.

Operação Cascalhos de Areia foi deflagrada em Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A suspeita da investigação se deu a partir de indícios que comprovariam a transição dos contratos entre empreiteiros, para pessoas que não são do ramo, sempre a preços muito baixos.

Ele é apontado como verdadeiro operador das empresas investigadas. Além disso, segundo denúncia anônima que deu início às apurações, supostamente seria sócio do ex-prefeito Marquinhos Trad no ‘esquema’. O político nega.

Todas as empreiteiras têm contratos desde 2017 na Prefeitura de Campo Grande, ou seja, durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. Os servidores alvos da investigação também foram nomeados pelo ex-prefeito.

À reportagem, Marquinhos disse que “todos os contratos de responsabilidade do gestor foram feitos e aprovados pela procuradoria-geral do município e controladoria de transparência. Não fiz e não faço parte dessa relação processual”. Além disso, negou ter praticado qualquer ato ilegal: “Todos os meus atos foram proclamados pelo MP como lícitos e legais”.

Agesul paga KM mais caro a Patrola para manutenção de estradas no Pantanal

À época que a operação foi deflagrada, revelou que Patrola tinha R$ 195,8 milhões em obras públicas na região do Pantanal. Além disso, em um dos contratos para obras em 33 quilômetros da MS-214, Patrola receberá R$ 1,3 milhão, o custo mais alto entre os contratos conquistados pelo empreiteiro para obras no bioma.

MS-214 (Agesul)

A reportagem apontou inclusive que os valores pagos a outros fornecedores por quilômetro quadrado no interior do Estado são menores. Há menos de dois anos, um empreiteiro recebeu R$ 27,2 milhões para cascalhar 59,2 quilômetros de uma rodovia pantaneira.

Ou seja, a empresa fechou a licitação por R$ 459,6 mil o quilômetro de cascalhamento. Já a ALS Construtora recebeu R$ 1,3 milhão por quilômetro, R$ 922,4 mil a mais por quilômetro de cascalho que o outro empreiteiro, para realizar exatamente o mesmo serviço em trecho semelhante da mesma rodovia.

Empreiteiro comprou fazendas perto de rodovia que construiu para Agesul

Outra denúncia feita pelo Jornal Midiamax mostrou que corretores de imóveis, fazendeiros e vizinhos suspeitam que exista uma ligação entre a localização das fazendas compradas pelo empreiteiro André Luiz dos Santos, conhecido como Patrola, e as obras de construção ou manutenção de rodovias cujas licitações ele venceu nos últimos anos.

Estrada que dá acesso a uma das fazendas do empreiteiro André Luiz dos Santos e ponte quebrada. (Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Uma das ‘teorias’ é que o empresário teria comprado terras no entorno da MS-228 sabendo que a rodovia ia valorizar os imóveis. A coincidência é gritante. Onde Patrola ganhou obras viárias da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), comprou terras.

Na região de Corguinho, a 90 quilômetros de Campo Grande, por exemplo, ao menos duas fazendas de Patrola atraem os olhares de vizinhos, corretores e das investigações. As propriedades rurais possuem estrutura que deixa explícito o alto investimento.

Além disso, ficam nas imediações da rodovia MS-228, cujos trechos o empreiteiro ganhou para construir com patrolamento e revestimento primário.

Com a informação o Midia Max.