Ao tentar conquistar votos dos evangélicos, o tucano propõe volta de evento barrado pela Justiça e é criticado por falsa promessa
O deputado federal Beto Pereira, candidato a prefeito de Campo Grande pelo PSDB, tem prometido reativar o evento “Quinta Gospel”, tentando cooptar o apoio dos eleitores evangélicos. Contudo, essa promessa é inviável e desrespeita a legislação vigente.
A “Quinta Gospel” foi criada por uma lei municipal de autoria do então vereador Lídio Lopes, atualmente deputado estadual, mas foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul em 2017. O tribunal invalidou a Lei Municipal nº 5.092/2012, alegando que ela violava princípios constitucionais, como a igualdade e a separação de poderes.
O Ministério Público questionou a legalidade da lei, argumentando que ela favorecia exclusivamente o segmento gospel evangélico com recursos públicos, em detrimento de outras religiões. A Procuradoria-Geral de Justiça também destacou que a lei deveria ter sido proposta pelo Executivo, e não por vereadores.
Mesmo assim, Beto Pereira, apesar de ser católico, incluiu a reativação da “Quinta Gospel” em seu plano de governo, desconsiderando a decisão judicial. Essa proposta levanta sérias questões sobre a integridade das suas promessas e parece mais uma estratégia para angariar votos do que um plano executável.
Em Ezequiel 13:10-11, Deus adverte sobre os falsos profetas que prometem sem poder cumprir: “Porque, em verdade, por causa da vaidade dos que profetizam e dos adivinhos, e dos enganadores, e dos falsos profetas que se levantam, por causa da vaidade dos profetas, e pela avareza dos que profetizam, lhes dei um espírito de erro.” Da mesma forma, em Mateus 7:15-16, Jesus alerta sobre aqueles que, embora se apresentem como benfeitores, são, na verdade, enganadores: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis.”
A insistência em reativar a “Quinta Gospel” não é apenas impraticável; é um reflexo preocupante de uma campanha disposta a oferecer ilusões ao invés de soluções reais e legais para a administração municipal. A política deve ser pautada pela realidade e pelo respeito às normas vigentes, e não por promessas que, na melhor das hipóteses, são enganosas.