Prefeita da Capital rivalizou com o tucano Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (UNIÃO)
A gestão de Adriane Lopes (PP) foi o principal alvo de ataques no primeiro debate dos candidatos a prefeito de Campo Grande, realizado na noite desta segunda-feira (19) pela ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). A prefeita reagiu atacando o PSDB para atingir os dois principais concorrentes, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) e a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil).
O primeiro confronto ocorreu entre Adriane e Rose. A ex-deputada federal criticou a prefeita por não cumprir a Lei do Piso de 20 horas do magistério, que apesar de estar previsto em lei desde 2012, ainda não foi totalmente cumprido. Ela explicou que os docentes já poderiam estar recebendo 100% do piso nacional para jornada de 20h porque houve aumento no repasse do Fundeb para Campo Grande.
Também disse que irá fortalecer a educação especial, que teria sido desmontada na atual gestão. Ele ainda promete implementar o piso nacional para os administrativos da educação.
Na defensiva, Adriane atacou o PSDB, que comandou a educação do município e lembrou que Rose fez parte do partido. “O PSDB esteve a frente da educação por anos, nas gestões do André, do Nelsinho, e não cumpriu”, acusou, apesar dos tucanos terem deixado o comando da Semed em 2015.
Rose retrucou dizendo que nunca foi secretária de educação nem prefeita da Capital. “O PSDB responde pelo PSDB”, rebateu a candidata a prefeita pelo União Brasil. Ela atacou Adriane por falta de gestão e por não ter cumprido a Lei do Piso do Magistério em dois anos. “Eu vou resolver no primeiro ano”, prometeu.
Ao ser questionado por Luso, Beto Pereira atacou a qualidade da reforma nas escolas municipais e das novas salas de aulas construídas por Adriane. Ele ainda atacou a prefeita por manter mais de 70 obras paradas, inclusive mais de dez escolas municipais inacabadas. O tucano disse que os locais viraram abrigo de drogados e prometeu implementar o programa obra inacabada zero.
O tucano acabou sendo atacado sutilmente por Camila Jara. A petista disse que não se pode dar melhores condições de trabalho não pagando o mesmo salário para professores contratados e concursados. A candidata criticou a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), padrinho político de Beto, que passou a pagar metade do salário do concursado ao professor temporário desde julho de 2019.
Os ataques continuaram nos questionamentos feitos pelos professores da rede municipal. Beto Pereira criticou o pagamento de supersalários pela atual gestão de Adriane. “É preciso extirpar a folha secreta, que é uma vergonha para nossa cidade”, acusou o tucano.
Rose atribuiu o baixo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ao sucateamento na educação. Ela destacou que o índice é baixo desde 2013 em decorrência da superlotação das salas, que estariam com 40 alunos e sem ar condicionado ou ventilador quebrado. A candidata do União Brasil lembrou que acabaram com os laboratórios de ciências e penalizaram a educação especial para reduzir custos.
Adriane se defendeu e afirmou que está realizado a maior revitalização de 205 escolas, a primeira em décadas, e destacou o diálogo com os professores. Ela disse que vai colocar ar condicionado ainda neste ano nas escolas e prometeu lançar concurso para administrativos da educação após as eleições.