Quando criança, aprendemos com os livros infantis, propagandas e filmes que pai é uma figura de proteção, cuidado e amizade. Um verdadeiro herói, companheiro para todas as horas. Mas, a realidade não acompanha a ficção em todos os lares e, em Mato Grosso do Sul, quase 10 mil crianças nasceram nos últimos três anos sem ter sequer o nome do genitor na certidão de nascimento.
Segundo a Arpen/Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), só em 2024 mais de mil crianças tiveram o registro de nascimento emitido sem o nome do genitor em Mato Grosso do Sul. Consegue imaginar este número a nível nacional?
Isso, claro, sem contar os casos em que o pai registra e nunca mais aparece, vê a criança uma vez ao mês só para garantir a foto de bom pai nas redes sociais, ou então, até mora na mesma casa, mas não consegue se recordar nem o dia do nascimento do filho ou se a prole tem alguma alergia alimentar, por exemplo.
A realidade é que a presença do pai, na divisa das tarefas, cuidados e afetos com a mãe é quase rara de se ver na sociedade. O nome na certidão de nascimento não garante a presença no dia a dia, afinal, pai ausente não é apenas aquele que não está presente fisicamente, mas também aquele que não está próximo emocionalmente, não demonstrando interesse por nada que seja relacionado ao filho.
Assim, para milhares de crianças, o Dia dos Pais, que deveria ser uma data de comemoração, apenas rememora uma figura nula e traz à tona dúvidas, negação, confusão e rejeição.