Produtores rurais com caminhonetes e tendas estão próximos à área onde ministra e autoridades conversam com indígenas
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara e equipe ministerial chegaram na manhã desta terça-feira (6), na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, onde ocorrem conflitos com proprietários rurais da região. Equipe se reúne com indígenas na área de retomada a fim de apaziguar a situação, que tem resultado em vários feridos.
Na segunda-feira (5), o desembargador Audrey Gasparini, do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), suspendeu ordem de reintegração de posse concedida pela Justiça federal de Dourados, que ordenava o despejo da comunidade Terra indígena Panambi Lagoa Rica, em Douradina.
A equipe está na área debaixo do sol conversando com os indígenas. Perto dali, proprietários rurais se reúnem em tendas e com várias caminhonetes estacionadas. O clima de tensão é nítido.
Com ajuda de um intérprete, os indígenas relatam a situação vivida no local nos últimos dias. A mãe de um garoto baleado e que segue internado, contou que quando começou o conflito sabia que o filho ia lutar pela permanência na terra indígena. Outros dois jovens disseram ter sido atingidos por tiros, mas não especificaram se foram balas de borracha.
Os indígenas cobram a demarcação das terras indígenas na região. A equipe composta também pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena e a deputada federal por MG, Celia Xakriabá, devem ir para Dourados.
Conflitos se intensificam há semanas
Conflitos em disputa da terra entre indígenas e proprietários rurais da região ocorrem há cerca de 20 dias na TI (Terra Indígena) Panambi – Lagoa Rica, em Douradina. Neste período, há registro de indígenas feridos, atirador preso pela Força Nacional e outra equipe ministerial no local.
No local, fazendeiros e indígenas montaram acampamento na terra de retomada. A Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares desde 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado por conta de medidas que tentam instituir a tese do Marco Temporal.
A atual vigência da Lei 14.701, que institui a tese do marco temporal, e a morosidade do Estado tem gerado o sentimento de revolta nos povos originários. Eles denunciam ataques com arma de fogo e indígenas feridos.
Na área estão acampadas 126 famílias, com 18 idosos, 70 crianças (incluindo bebês) e 50 jovens menores da idade.
Com a informação o Midia Max.