Segundo o Investiga MS, o ex-governador, André Puccinelli (MDB), já confidenciou a pessoas próximas que deve anunciar a desistência da disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Ele ainda não anunciou oficialmente a desistência, alegando que aguarda resposta do PL e Solidariedade, mas já sabe que não poderá contar com os partidos. A promessa é de anunciar o futuro ainda nesta semana.
A desistência de Puccinelli não é surpresa para adversários que, literalmente, apostavam que ele não seria candidato, diante de tantas desculpas que ele deu neste processo de lançar candidatura e retirar no dia seguinte.
Neste processo, foram várias as idas e vindas de Puccinelli, com desculpas que passavam por dinheiro, apoio partidário e até pressão do diretório nacional para não ser candidato, o que nunca aconteceu de fato, já que o MDB da Capital assegurou que lhe daria a legenda.
Em uma entrevista para uma emissora de rádio no interior, Puccinelli chegou a confirmar que poderia desistir da disputa em troca de apoio do PSDB para a eleição dele em 2026, quando pretende concorrer ao Senado.
Na semana passada, o MDB nacional fez uma pesquisa qualitativa na Capital e, segundo Junior Mochi (MDB), os números apontaram Puccinelli como o candidato com mais chances. Os números desta pesquisa diferem de outros institutos, que sempre o apontaram como líder, mas com grande rejeição.
Fora do jogo, Puccinelli agora deve liderar o MDB nas negociações com outros candidatos. O PSDB está um pouco à frente do PP por conta de um acordo feito entre Puccinelli, Simone Tebet (MDB) e Waldemir Moka (MDB) com Eduardo Riedel (PSDB), Sérgio de Paula (PSDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).
O acordo entre os partidos impediu que o PSDB continuasse a atacar filiados do MDB no interior, o que poderia acabar com o partido que já foi o maior de MS e hoje não tem um deputado federal, sequer. Foi esse, inclusive, um dos motivos que fizeram o diretório nacional não garantir tanto recurso a Puccinelli para campanha.
Na última eleição que disputou, em 2022, Puccinelli era o favorito em todas as pesquisas, mas terminou na terceira colocação, atrás de Eduardo Riedel e Capitão Contar (PRTB). Ele não escondeu a decepção e reclamou da falta de estrutura para campanha. No segundo turno, apoiou Contar e depois declarou que errou.
Dias depois, acompanhado de Junior Mochi, se reuniu com Riedel, iniciando a missão de paz. Na sequência, voltou a falar com Simone Tebet, o que possibilitou o acordo que pode garantir a aliança com o PSDB. A parceria só não acontecerá se Puccinelli convencer o MDB de que a proposta de Tereza Cristina (PP) para aliança com Adriane Lopes (PP) é mais vantajosa do que o apoio ao PSDB de Beto Pereira.