O vereador Claudinho Serra (PSDB), afastado por 30 dias da Câmara de Campo Grande, pode ampliar o período de afastamento. Vereadores e aliados a Claudinho, principalmente filiados ao PSDB, tentam convencê-lo de que o melhor para imagem dele e do grupo seria o afastamento das atividades.
A saída defendida pelo grupo seria o afastamento por mais quatro meses, sem remuneração e sem perda do mandato, para que ganhasse tempo na defesa do processo do Gaeco, na Operação Tromper, que acabou levando-o para a prisão.
Claudinho deixou a prisão após 23 dias , mas acabou pegando um atestado médico de 30 dias. Ele foi liberado da prisão com a condição de uso de tornozeleira eletrônica e afastamento dos demais envolvidos no processo.
Claudinho não está proibido de frequentar as sessões, mas parte do grupo, que inclusive é oposição a atual gestão, não esconde o constrangimento que seria de ter o colega com tornozeleira eletrônica nas sessões. Vereadores, inclusive, conversaram com o presidente da Câmara, vereador Carlão (PSB), para falar sobre essa situação e Carlão ficou de conversar com o presidente do PSDB, Reinaldo Azambuja, para falar sobre o caso.
Após a reunião, Carlão convocou, nesta terça-feira, o ex-vereador Dr. Lívio, para assumir o mandato temporariamente. Lívio trocou o PSDB pelo União Brasil na janela partidária.
Ontem, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a decisão que concedeu liberdade ao vereador, com a condição de usar tornozeleira e se manter afastado dos demais investigados.
A defesa de Claudinho tenta novo recurso, alegando que a Vara Criminal de Sidrolândia não tinha competência para analisar e deferir as medidas cautelares de quebra de sigilo, busca e apreensão e etc. “Há um Provimento do TJMS que prevê que nestes casos de investigações realizadas por órgãos de combate à organização criminosa (como GECO, GAECO e outros) a competência é de uma das seis varas criminais de Campo Grande, com atribuição para atuarem em todo o Estado”, afirma o advogado Thiago Bunning.
Contrariando as tentativas de convencimento, na nota divulgada após deixar a prisão, o vereador negou que tenha interesse de renunciar ao mandato. “Após 23 dias de uma grande turbulência que afetou negativamente minha vida pessoal, familiar e principalmente meu aspecto emocional, entendi ser importante seguir as recomendações médicas e pedir licença das atividades parlamentares para tratamento da minha saúde. Nos próximos dias irei me dedicar ao reestabelecimento da minha saúde emocional para que possa retornar com a maior brevidade possível ao exercício do mandato parlamentar de forma atuante e aguerrida, como é de minha característica”, diz parte da nota divulgada pelo vereador.
Segundo denúncia do MPE, Claudinho Serra era o responsável por chefiar suposta quadrilha instalada em Sidrolândia. “Das provas angariadas, ficou constatado que Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho é o mentor e responsável pela articulação dos esquemas relacionados à fraudes em processos licitatórios, desvios de recursos públicos pagamentos/recebimentos de propina que envolvem os já denunciados Ueverton da Silva Macedo e Ricardo José Rocamora Alves”, diz parte da acusação.
Ainda segundo o MPE, foram reveladas várias provas concretas da existência outros esquemas chefiados por Cláudio Serra que estão em pleno funcionamento, denotando-se a firme e ininterrupta atuação criminosa que há anos atua no Municipio de Sidrolândia, fraudando licitações e contratos públicos, corrompendo servidores públicos e causando enorme prejuízo ao erário público.
Com a informação o Investiga MS.