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Corte Especial do STJ retoma no dia 15 análise da denúncia contra conselheiro

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O conselheiro afastado do TCE-MS, Ronaldo Chadid.
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O MPF denunciou Ronaldo Chadid e a sua chefe de gabinete, Thais xavier, pela suposta lavagem de R$ 1,6 milhão

Após ser adiado por duas vezes consecutivas, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) retoma, no próximo dia 15 de maio, a análise da denúncia de lavagem de dinheiro feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o conselheiro Ronaldo Chadid, do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS).

Segundo apurado, a última sessão para decidir se o conselheiro Ronaldo Chadid e sua chefe de gabinete, Thaís Xavier Ferreira da Costa, serão réus no processo de lavagem de dinheiro foi suspensa no dia 6 de março deste ano depois que o ministro Luís Felipe Salomão pediu vistas logo que o relator, ministro Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, e a revisora, ministra Fátima Nancy Andrighi, votaram pelo recebimento da denúncia.

Agora, a Corte Especial do STJ volta a se reunir no dia 15 de maio para dar sequência no julgamento iniciado há quase seis meses para decidir única e exclusivamente se receberá ou não a denúncia contra o conselheiro da Corte de Contas e sua então chefe de gabinete, ou seja, se uma maioria simples dos demais ministros acolher a denúncia, será aberto o processo contra ambos.

Ronaldo Chadid está afastado da função de conselheiro do TCE-MS desde o dia 8 de dezembro de 2022, quando a Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram a “Operação Terceirização de Ouro” para desarticular organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos identificados nas operações “Lama Asfáltica” e “Mineração de Ouro”.

Ele e os ex-presidentes da Corte de Contas, conselheiros Iran Coelho das Neves e Waldir Neves Barbosa, que também foram afastados na mesma operação, são monitorados até hoje por tornozeleiras eletrônicas e estão proibidos de frequentar o TCE-MS.

O MPF denunciou Ronaldo Chadid e Thaís Xavier por lavagem de R$ 1,6 milhão, montante resultante da apreensão de R$ 890 mil em dinheiro na casa do conselheiro e de R$ 730 mil em espécie na casa da chefe de gabinete dele.

A PF ligou o dinheiro à suposta propina que Chadid teria recebido de uma empresa de coleta de lixo para o julgamento de uma demanda que poderia encerrar o contrato do empreendimento com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, sendo que a empresa citada com envolvimento no esquema negou tudo..

No entanto, o conselheiro e sua chefe de gabinete não conseguiram comprovar a origem da vultosa quantia e nem demonstrar os gastos excessivos com pagamentos em dinheiro vivo feitos em Campo Grande. 

Diante disso, o MPF baseou a denúncia como sendo um desdobramento da “Operação Mineração de Ouro”, que apura supostos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro dentro do TCE-MS.

A Corte de Contas entrou na mira durante a “Operação Lama Asfáltica”, que apontou o favorecimento de empresas em contratos fraudulentos.

JULGAMENTO

Mesmo correndo em segredo de Justiça, o Correio do Estado conseguiu apurar que, na última sessão da Corte Especial do STJ, a defesa de Ronaldo Chadid disse que a denúncia se baseia apenas em suposições e não apresenta provas do pagamento de vantagens ilícitas e de suposta lavagem de dinheiro, enquanto a representante de Thaís Xavier alegou inocência da cliente e que ela não sabia da existência do dinheiro.

Porém, antes de proferir o voto, o ministro Francisco Falcão citou várias vezes as compras que teriam sido feitas pelo conselheiro em dinheiro vivo para justificar o recebimento da denúncia. 

Ele disse que Chadid adquiriu um terreno no condomínio de luxo Terras do Golfe, em Campo Grande, no valor de R$ 230 mil, um veículo Mini Cooper, avaliado em mais de R$ 308 mil e um pagamento superior a R$ 80 mil para reforma de apartamento, além das compras de eletrodomésticos e celulares.

“A denúncia atende aos requisitos legais exigidos e descreve crimes antecedentes. Ampla defesa assegurada. Existência de elementos indiciários suficientes ao recebimento da inicial acusatória, aditamento da denúncia, possibilidade de manutenção das cautelares impostas e aqui eu estou recebendo a denúncia”.

Votou Francisco Falcão, que foi acompanhado pela ministra Nancy Andrighi.

Ele ainda acrescentou o relatório da PF sobre o caso, onde costa a seguinte análise:

“Entendemos que, diante dos elementos colhidos, Ronaldo Chadid praticou o crime de lavagem de dinheiro ao manter tal dinheiro ocultado em poder de Thaís Xavier, estando demonstrado, a nosso ver, que se trata de produto de corrupção dele. Uma grande parte do dinheiro encontrado na mala apreendida na residência de Thaís Xavier estava em envelopes timbrados do TCE-MS, tratando-se de mais um elemento, a nosso ver, a confirmar que a origem do dinheiro seja a corrupção de Ronaldo Chadid no referido órgão”.

Disse Falcão.

A Corte Especial é composta por 15 ministros, porém, a presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, declarou-se impedida e não vai participar da votação.

Portanto, faltam colher os votos de 12 ministros, sendo que para atingir a maioria para tornar réus Ronaldo Chadid e Thaís Xavier são necessários apenas mais seis votos.

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