Duas empresas citadas na denúncia da terceira fase da Operação Tromper, oferecida e protocolada em 17 de abril, somam contratos milionários com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Os empresários donos das empreiteiras são réus por atuarem no esquema de fraudes em licitações, vencendo os certames usados para desvio de dinheiro em Sidrolândia.
Essas empresas ficam localizadas em Campo Grande. São elas a CGS Construtora e Serviços Eireli (CNPJ 25.217.122/0001-65) e AR Pavimentação e Sinalização Eireli (CNPJ 28.660.716/0001-34), que funciona junto com a GC Obras de Pavimentação Asfáltica (CNPJ 16.907.526/0001-90).
Durante a operação, os empresários Edmilson Rosa e Cleiton Nonato, ambos denunciados posteriormente e apontados como donos da AR e GC, foram presos em flagrante. Eles foram detidos com armas de fogo, mas conseguiram liberdade.
Já a dona da CGS é Fernanda Regina Saltareli, também denunciada. As empresas acumulam contratos milionários com a Agesul, ao mesmo tempo em que firmavam contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, suspeitos de fraudes.
Contratos em várias cidades
Por meio da Agesul, a CGS tem contratos em Juti, Glória de Dourados e Vicentina. Esses contratos são para pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais e somam o valor de R$ 12.907.487,94.
O mais caro é o de Juti, no total de R$ 9.311.050,80. Já a AR Pavimentação tem contratos de R$ 50.737.379,10 com a Agesul.
Esses contratos também são para pavimentação em Rio Negro, Campo Grande, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo e Rio Brilhante. O maior contrato foi firmado em Rio Brilhante, pelo valor de R$ 15.493.363,34.
Em Campo Grande, o contrato visa à execução de bases de arenas no Coophatrabalho, Coophavila, Dom Antônio Barbosa, Itamaracá, Paulo Coelho, Nova Campo Grande e Zé Pereira.
O que a denúncia da Operação Tromper aponta é que o grupo de empreiteiros começou a atuar com as licitações de Sidrolândia. Em junho de 2022, no mesmo dia, a AR Pavimentação ganhou duas licitações.
Para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Edmilson Rosa, dono da AR Pavimentação, era “detentor da rede de relacionamentos com políticos, possuindo livre acesso a agentes para facilitar as contratações do grupo de empreiteiras”.
Enquanto isso, Cleiton Nonato desempenhou o papel de “testa de ferro”, ao emprestar o nome para que fosse aberta a Empresa GC Obras de Pavimentação Asfáltica, localizada no mesmo local em que a empresa AR Pavimentação.