O MPMS pede a condenação do vereador por assédio eleitoral, bem como indenização por reparação dos danos morais sofridos pela vítima
O vereador Arthur Barbosa (Podemos), que mandou uma colega “usar o corpo para trabalhar, assim como usa a língua” foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) por crime de violência política de gênero.
A fala foi direcionada à vereadora Sumara Leal (PDT), que antes também teve o microfone “cortado” pelo parlamentar, durante sessão no dia 11 de março.
“Fico aliviada em ver o posicionamento do Ministério Público. Infelizmente, talvez na esfera política os resultados não sejam os que a sociedade e eu esperamos, mas confio na justiça, e espero que esse crime seja punido com os rigores da lei, para que seja referência em nosso estado, e sirva de proteção as próximas mulheres que passem por situações como essas”.
Vereadora Sumara Leal (PDT)
Já o vereador Arthur informou que ficou sabendo da denúncia através da reportagem e “vai se inteirar sobre a denúncia para se manifestar”.
Denúncia do MPMS
Na denúncia a promotoria de Justiça de Cassilândia afirma que o vereador Arthur, agindo de forma “livre e voluntária”, “ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta”, “constrangeu, humilhou e perseguiu uma colega vereadora”.
No entendimento do MPMS o vereador, “utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher”, agiu com a finalidade de “dificultar o desempenho do mandato eletivo da vereadora”, ao cortar o microfone dela e ao final da sessão, ainda proferir “frases misóginas e críticas, assediando-a”.
O MPMS pede a condenação do vereador por assédio eleitoral, bem como indenização por reparação dos danos morais sofridos pela vítima.
O desentendimento
A fala dita à vereadora ocorreu no final da sessão parlamentar. O presidente da Câmara de Vereadores parabenizou às mulheres pelo oito de março e fez uma recomendação a Sumara, que que se ela “usasse o corpo para trabalhar, assim como usa a língua para difamar o município seria diferente”.
Após o episódio do dia 11 de março Sumara foi à Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) de Paranaíba e registrou um boletim de ocorrência contra o presidente da Câmara Municipal em que legisla, Arthur Barbosa (Podemos).
Na última sexta-feira (22), a parlamentar também retornou à Polícia Civil para denunciar que continua sendo alvo de perseguição política.
Com a informação o Primeira Pagina.