O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campo Grande conta com apenas 14 ambulâncias para um total de 897,93 mil habitantes, segundo o Censo IBGE 2022. Ou seja, uma ambulância para cada 64.138 habitantes.
O serviço que já é insuficiente para atender à população, contava nesta segunda-feira (9) com a frota reduzida. Conforme denúncia enviada ao Correio do Estado, apenas seis ambulâncias estavam operando nas bases que ficam nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas).
“São bases onde as viaturas ficam e saem quando são acionadas. Na Central ficam os carros que estão estragados, batidos etc. Se hoje estivesse 100% funcionando, teríamos que ter 10 bases de bravo e mais 4 bases de alfa em funcionamento, mas só tem 6 bravo e 4 alfa”, informou um servidor que preferiu não se identificar.
As ambulâncias Bravo são equipadas com Suporte Básico de Vida Terrestre e as ambulâncias Alfa com Suporte Avançado de Vida Terrestre.
As 10 unidades de Bravo ficam nas Upas localizadas nos bairros: Tiradentes, Moreninhas, Universitário, Nova Bahia, Coronel Antonino, Vila Almeida, Coophavila, Santa Mônica, Leblon e Aero Rancho. Já as quatro Alfas ficam à disposição na Sesau, Aeroporto, no bairro Pioneiros e Coronel Antonino.
Além disso, o Samu conta com quatro motolâncias de suporte básico e com o apoio de cinco ambulâncias do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul.
“As ambulâncias dos Bombeiros também estão tendo problema e das 14 ambulância do Samu apenas seis estão rodando”, relatou outro servidor da área da saúde, que preferiu não se identificar.
Nossa equipe de reportagem esteve na tarde de hoje (9), na Central de Regulação do Samu que fica no bairro Pioneiros, duas ambulâncias estavam paradas, bem como as quatro motolâncias estacionadas.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou em nota que não houve redução na frota ou na escala devido ao feriado, e que todas as ambulâncias estariam em circulação.
“A Sesau informa que por se tratar de um serviço de Urgência, não haverá alteração nenhuma na escala do SAMU durante os dias de feriado. Sendo assim, as dez ambulâncias irão circular normalmente. Quanto ao valor, do Ministério da Saúde, o repasse ainda não foi feito à Secretaria Municipal de Saúde”, diz a nota.
Tempo de espera por Samu é incerto
A dona de casa Maria Aparecida contou ao Correio do Estado, que no final de semana seu irmão José Carlos, de 69 anos, precisou ser atendido pelo Samu, mas que a ambulância nunca chegou ao endereço.
“Meu irmão sofreu uma queda, umas 5h30 da manhã, ligaram pro Samu e a médica que atendeu falou que estavam indo, cerca de meia hora. Mas não apareceu ambulância. Depois de meia hora meu sobrinho ligou de 15 em 15 minutos, mas não apareceram. Ele desmaiou, teve convulsão. Meu sobrinho levou ele para a Upa do Vila Almeida onde permanece até hoje aguardando vaga para a enfermaria de algum hospital”, relata a dona de casa.
Tanto a Sesau quanto o Samu, por meio do telefone 192, não informaram qual o tempo médio de espera para a chegada de uma viatura para atendimento da população.
Cabe destacar que o serviço do SAMU, de janeiro a junho deste ano, recebeu 118.343 ligações, realizou 4.073 atendimentos de suporte avançado, 14.351 de suporte básico e ainda 4.509 transportes. O serviço conta com cerca de 250 servidores, entre fixos e plantonistas.
Já o Governo Federal destinou a Capital um incremento de R$116 mil na folha de pagamento para custeio do Samu. Mais 30% de aumento no custeio, ainda são aguardados até o final deste ano, para melhoria do serviço essencial.
Com a informação o Correio do Estado.