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Com 116,3 mil em MS, MS dobrou população indígenas em 12 anos

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Os resultados iniciais do Censo 2022 Indígenas, liberados na manhã de ontem (7), revelam um significativo aumento na população indígena de Mato Grosso do Sul ao longo de um período de 12 anos. Conforme os dados fornecidos pelo IBGE, o estado registrou um crescimento de 51,04%, passando de 77.025 indígenas em 2010 para 116.346 mil em 2022.

Apesar desse notável aumento, o Mato Grosso do Sul, que anteriormente ocupava o segundo lugar em termos de população indígena no país, agora cedeu essa posição para o Amazonas e a Bahia, ficando em terceiro lugar.

Este censo representa um marco histórico para o IBGE, pois é o mais abrangente levantamento já realizado sobre a população indígena no Brasil. Além disso, traz à tona a constatação de que todos os 79 municípios do estado têm presença de povos indígenas. Pela primeira vez, o IBGE também adotou uma abordagem inclusiva, permitindo que os indivíduos declarassem sua identidade indígena, ampliando assim a compreensão da diversidade étnica.

Para a secretária-adjunta de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Viviane Luiza, os dados divulgados hoje pelo IBGE seguirão sendo os norteadores para a construção de políticas públicas eficientes, independente da colocação do Estado a nível nacional.

“São indicadores importantes para que possamos avaliar as demandas de cada comunidade indígena, e fazer com que as ações cheguem lá na ponta a quem realmente mais precisa”, destaca.

Durante a apresentação dos dados, a equipe que coordenou o Censo em MS explicou questões técnicas, inovações e as mudanças metodológicas da coleta. Um dos pontos levantados pelo coordenador do Censo em Dourados, Leandro Cabral, foi quanto à atualização da cartografia censitária.

“É muito importante que a gente tivesse, para poder fazer um trabalho mais qualificado possível, mapas e imagens de satélites atualizadas. Trabalhamos com muita parceria da Funai, Agraer, lideranças indígenas para poder identificar onde a população estava ou poderia estar em Mato Grosso do Sul, além de fazer um treinamento específico dos recenseadores que atuaram nas áreas indígenas”, explica.

Seguindo o princípio da autodeclaração, a população questionada pelo IBGE poderia responder que é indígena dentro do quesito cor ou raça, ou se estivesse em localidade indígena se considerava pessoa indígena.

“As opções eram branca, preta, amarela, parda ou indígena. Se o morador respondesse indígena, já partiria para o questionário de perguntas específicas sobre etnia, grupo índigena, língua”, destacou Leandro.

Pela primeira vez o IBGE também trabalhou com o pertencimento, dando a possibilidade da pessoa responder que se considerava indígena.

“Uma inovação do Censo 2022, para a gente conseguir ampliar a melhoria na captação daquela população que não se declarava indígena, mas se considerava, porque tem a questão do pertencimento da sua etnia”, ressaltou a coordenadora do Censo em Mato Grosso do Sul, Elenice Cano.

Segundo o Censo, 82,43% da população indígena entrevistada respondeu que se identificava como indígena no quesito cor ou raça, e 17,57% se considerava indígena.

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MS indígena

A fase inicial do Censo trouxe informações cruciais sobre a população indígena, abrangendo tanto aqueles que residem em terras indígenas quanto os que vivem fora delas. Esses dados incluem o número de domicílios, localidades e a identificação das terras indígenas reconhecidas até julho de 2022. Posteriormente, o IBGE irá disponibilizar informações relacionadas às etnias presentes e às línguas faladas.

Quando se trata de números, a população indígena em todo o país é estimada em 1,6 milhão. Mato Grosso do Sul apresenta um total de 116,3 mil indivíduos indígenas, o que corresponde a aproximadamente 4,22% da população registrada pelo Censo Demográfico 2022 no estado.

Com o terceiro maior contingente de população indígena em nível nacional, Mato Grosso do Sul fica atrás do Amazonas, que possui 490,8 mil indígenas, e da Bahia, com 229,1 mil. Juntas, essas três unidades federativas concentram quase metade da população indígena de todo o Brasil, o que equivale a cerca de 49,38% do total.

Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).

Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas e 47.812 residem fora.

A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil.

Com os quantitativos populacionais e de domicílios trazidos pelo Censo 2022, o Estado de Mato Grosso do Sul poderá conhecer as condições de vida, habitação, alfabetização, acesso à educação, saúde, saneamento básico e mercado de trabalho da população indígena em todo Mato Grosso do Sul.

Subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza ressalta que os dados contribuem para ampliar o conhecimento da diversidade social e territorial indígena de Mato Grosso do Sul, além de subsidiar a criação e implementação de políticas públicas para a cidadania de todos os povos indígenas.

“Pelos dados, o IBGE demonstra que os indígenas estão não só nas comunidades, mas também nas cidades, nas fazendas. Quando nós falamos de políticas públicas, muitas vezes elas não chegam para todos os que estão fora das comunidades. Então, com estes números acreditamos que ficará mais fácil para os órgãos competentes buscarem e apresentarem políticas que cheguem a todos os indígenas, tanto na educação, saúde como também moradia”, pontua o subsecretário.

Com informações da Setescc.

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