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Mato Grosso do Sul é o segundo estado com maior números de indígenas assassinados no Brasil

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Indígenas do povo Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, enfrentam insegurança alimentar em meio à pandemia Foto: Picasa / CIMI/Agência Porantim
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Nos últimos quatro anos, o Estado teve 146 homicídios de indígenas registrados, ficando atrás apenas de Roraima com 208 mortes

Mato Grosso do Sul é o segundo estado com o maior número de indígenas assassinados no país em 2022 com 38 mortes, ficando atrás apenas de Roraima, com 41 assassinatos. Os dados são do relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado nesta quarta-feira (26).

Amazonas ocupa a terceira posição, com 30 mortes. De acordo com o relatório, os três estados concentram quase dois terços (65%) dos 795 homicídios de indígenas registrados entre 2019 a 2022, sendo 208 em Roraima, 163 no Amazonas e 146 no Mato Grosso do Sul.

Apenas Goiás e Rondônia permaneceram sem registrar nenhuma ocorrência desse tipo. As informações foram obtidas junto a fontes públicas como a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e secretarias estaduais de saúde.

Em relação às violências cometidas contra pessoas, classe que inclui, além dos assassinatos, outros tipos de violência não letais, o ano passado chegou ao fim com um total de 416 casos. Esse número é 15,2% superior ao de 2021. 

Dentro dessa categoria, as ameaças de todo tipo praticamente dobraram quando comparados os registros do ano passado com os de anos anteriores, assim como os casos de racismo e discriminação e as violências sexuais.

Em muitos casos, as execuções ocorrem após uma sucessão de acontecimentos, que eleva o clima de tensão na região. O monitoramento das disputas que tomam conta dos territórios é também parte do trabalho do Cimi, que apresenta os detalhes desses dados.

O documento também traz números sobre violência contra o patrimônio. Esses casos totalizaram 467, um aumento de 10,4% na comparação com o ano de 2021, quando o total foi de 423. A categoria inclui conflitos relativos a direitos territoriais, invasões de terra, exploração ilegal de recursos naturais e danos ao patrimônio.

O Cimi documenta ainda como a falta de atuação do poder público afetou os indígenas em 2022. Nesse contexto, o dado mais expressivo é o relacionado à mortalidade infantil com crianças de 0 a 4 anos de idade, que abrange 835 casos.

Esse recorte traz 72 casos de desassistência geral, senod 39 na área de educação, 87 na área da saúde, 40 mortes ocasionadas por desassistência de atendimento de saúde, e cinco casos de disseminação de álcool e outras drogas.

O relatório destaca também que 115 indígenas cometeram suicídio em 2022, a maioria nos estados do Amazonas (44), Mato Grosso do Sul (28) e Roraima (15). Mais de um terço das mortes por suicídio (39, equivalentes a 35%) ocorreu entre indígenas de até 19 anos de idade.

Massacre de Guapoy

Dentre os casos de homicidio que ocorreram no Estado, o relatório destaca a operação ocorrida no Tekoha Guapoy, em Amambai, que resultou no assassinato do Guarani Kaiowá Vitor Fernandes, de 42 anos, e deixou várias pessoas feridas. Devido à brutalidade do ataque, os Kaiowá e Guarani passaram a se referir ao caso como “massacre de Guapoy”.

O relatório também traz outros assassinatos de lideranças Guarani e Kaiowá como Marcio Moreira e Vitorino Sanches, meses seguintes ao “massacre do Guapoy”, e o assassinato de três Guajajara da Terra Indígena (TI) Arariboia – Janildo Oliveira, Jael Carlos Miranda e Antônio Cafeteiro – mortos em setembro de 2022, no espaço de tempo de apenas duas semanas.

Conteúdo retirado do Correio do Estado.

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