Com a ampliação, Campo Grande passará a contar com 210 leitos dedicados à saúde mental de pacientes da Capital e do interior
A interdição da Clínica Carandá acendeu o alerta sobre a atual conjuntura da assistência a pacientes com problemas psiquiátricos, em Campo Grande. De acordo com o secretário municipal de saúde, Sandro Benites, como o hospital é particular cabe aos convênios realocar os pacientes que estavam internados na unidade. A rede pública de saúde não tem capacidade para absorver novas internações. Todos os 170 leitos psiquiátricos disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde) estão ocupados, mas a Capital deve ganhar uma nova unidade dedicada à saúde mental no ano que vem.
“O contingente de pacientes com problemas mentais é alto, principalmente envolvendo dependentes químicos, de álcool e drogas. É uma demanda altíssima que nós como sociedade vamos ter que encarar”, comentou Benites.
Por conta desse panorama de lotação está prevista a abertura de 40 novos leitos psiquiátricos em Campo Grande, adianta o secretário. O endereço escolhido é o prédio ao lado da UPA (Unida de Pronto Atendimento) do Bairro Moreninhas, local onde já funcionou até uma maternidade no passado, o Hospital da Mulher, fechado em 2016 por baixa demanda.
Orçado em R$ 18 milhões, o projeto será custeado pelo Ministério da Saúde, prefeitura de Campo Grande e governo de Mato Grosso do Sul.
“A previsão é de que no início do ano que vem, meados do ano que vem tenhamos condições de entregar esses 40 leitos”, comentou Sandro.
Com isso, a Capital passará a contar com 210 leitos dedicados à saúde mental.
Para este ano ainda está prevista a inauguração do segundo Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) que como o próprio nome sugere, é voltado ao atendimento de dependentes químicos. Campo Grande já possui um Caps AD, um infantil e quatro para atendimento geral. Campo Grande recebe todos os pacientes com distúrbios mentais do interior.
Os 170 leitos psiquiátricos atuais estão distribuídos entre a Santa Casa de Campo Grande, são 20 na unidade; 16 ficam no Hospital Regional e os outros 134 leitos estão divididos entre os 6 Caps (Centros de Atenção Psicossocial) e quatro residências terapêuticas da Capital.
Referência em assistência psiquiátrica, o Hospital Nosso Lar, por exemplo, possui 56 leitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Outras 80 vagas são para atendimento psiquiátrico particular e 20 para dependentes químicos.
Benites ainda salientou que a secretaria também tem investido na formação de profissionais qualificados para atuarem na atenção à saúde mental em Campo Grande. Em novembro do ano passado edital selecionou enfermeiros, psicológicos e profissionais do serviço social para residência multiprofissional nos Caps da Capital. Três meses antes oito psicólogos também já haviam sido contratados de forma temporária para atendimento dos serviços de média e alta complexidade da Secretaria Municipal de Saúde.
Com a informação Primeira Pagina.