Victor Hugo Ribeiro, investigado por corrupção ativa de testemunhas, cumpria expediente no gabinete do ex-prefeito de Campo Grande
Atrás das grades desde agosto do ano passado, o ex-servidor público comissionado da prefeitura de Campo Grande, Victor Hugo Ribeiro Nogueira, 36 anos, ganhou liberdade. Ele estava preso por implicações em crimes sexuais que envolveram o ex-prefeito Marquinhos Trad, do PSD
Na decisão, a juíza determina que ele use tornozeleira eletrônica durante seis meses. Ele foi capturado porque estaria ameaçando três mulheres que haviam denunciado o ex-prefeito.
Victor Hugo, réu por crimes de corrupção ativa de testemunhas, coação no curso do processo e favorecimento à prostituição, trabalhou na prefeitura entre março de 2017 e julho de 2021, recebia em torno de R$ 5,7 mil mensais e chegou a ocupar cargo no gabinete do então prefeito, Marquinhos Trad.
Quem mandou soltá-lo foi a juíza da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, Eucélia Moreira Cassal. O despacho da magistrada foi publicado na edição desta quinta-feira (23), no Diário Oficial da Justiça.
“Não há nos autos indícios de que a prisão seja ainda necessária para a garantia da instrução processual ou aplicação da lei penal, já que o réu possui endereço certo e emprego lícito e outras medidas cautelares diversas da prisão podem, neste momento processual, serem aplicadas”, definiu a magistrada.
O CASO
Investigações conduzidas pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que envolvem o ex-prefeito e o ex-comissionado, apontam que os crimes como assédio sexual e ainda a exploração sexual teriam ocorrido no prédio da prefeitura, período administrado por Marquinhos.
No entanto, o ex-prefeito, que também enfrenta uma investigação em curso, nega as acusações. Em relatório das investigações da Deam, é revelado que na operação deflagrada ano passado que pôs Victor Hugo na cadeia, descobriu-se, ainda, que aqui em Campo Grande, havia uma casa de prostituição e a clientela era tida como “vip”.
As denúncias apareceram em meio à campanha eleitoral para o Governo do Estado. Marquinos Trad, que havia renunciado ao mandato de prefeito faltando ainda dois anos e sete meses para conclusão do período para o qual fora eleito. Nas pesquisas iniciais da disputa o ex-prefeito aparacia entre os primeiros, mas depois a abertura das urnas, ficou em sexto lugar. O escândalo sexual é apontado como um dos principais fatores para o fraco desempenho do ex-prefeito na eleição.
RESTRIÇÕES
Ainda conforme decisão da juíza, Victor Hugo, em liberdade, está proibido de aproximar-se ou manter contato por qualquer meio com as vítimas [3 mulheres que denunciaram o esquema]; deve ficar em casa das 20h às 5h de segunda a sexta; aos sábados à partir das 14h e integralmente aos domingos e feriados.
Além disso, ao denunciado, réu, será imposto a monitoração eletrônica pelo prazo de 180 dias, cabível de prorrogação, se necessário. No despacho é citado, também, que se Victor Jugo descumprir algumas das medidas “poderá haver agravamento das mesmas e ser decretada a prisão preventiva”.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.