Município depende do valor repassado pelo governo para definir um preço bem mais abaixo de R$ 5,80, a tarifa técnica
O impasse sobre o valor do subsídio a ser oferecido pelo poder público é o principal fator responsável pelo atraso da divulgação da tarifa do transporte coletivo de Campo Grande. O novo preço da passagem deveria ser divulgado antes da virada de 2022 para 2023, mas, no dia 2 de fevereiro, ainda não há previsão alguma de quando será revelado ao usuário.
Por enquanto, o que existe é a definição da tarifa técnica do transporte coletivo em R$ 5,80. Tarifa técnica, para que o leitor entenda, é o valor que o Consórcio Guaicurus, concessionário do transporte coletivo, recebe pela viagem de cada passageiro. Neste valor estão incluídos os subsídios.
Atualmente, nas catracas, o valor cobrado é de R$ 4,80 ao usuário do transporte coletivo, com uma tarifa técnica de R$ 5,15.
O impasse para o financiamento, segundo apurou o Correio do Estado, é a indefinição do valor que o governo de Mato Grosso do Sul ajudaria para subsidiar o transporte coletivo de Campo Grande.
Apesar de a prefeita Adriane Lopes (Patriota) ter recebido uma sinalização positiva da administração estadual, ainda não se tem um valor definido, nem tampouco quando esse subsídio começará a entrar no caixa do município – que é quem repassa os valores ao Consórcio Guaicurus.
Até o ano passado, o governo de Mato Grosso do Sul contribuía com R$ 1,2 milhão por mês para o sistema de transporte da Capital.
Do lado do município, o valor do subsídio deve continuar inalterado, em R$ 1 milhão por mês (R$ 12 milhões) por ano. Este valor sozinho, porém, reduziria muito pouco o preço de R$ 5,80 da tarifa técnica. O preço cobrado ao consumidor depende do tamanho do subsídio que o município conseguir.
Aliás, o valor da tarifa técnico não deve mais ser alterado, para que uma nova crise seja instalada. Ele serviu de lastro para a negociação salarial envolvendo motoristas e o empregador, Consórcio Guaicurus, e qualquer alteração, poderia desencadear novas paralisações ou até mesmo uma greve.
Nos bastidores, também apurou o Correio do Estado, o município também espera por uma sinalização do governo federal. A expectativa é de que haja um subsídio ao transporte coletivo em nível federal, assim como houve no último semestre do ano passado, em compensação à gratuidade dos idosos.
No caso do subsídio do município e do estado, a justificativa é a gratuidade dos estudantes destas duas redes.
“Estudo”
Pela manhã, na abertura dos trabalhos da Câmara dos Vereadores, a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes (Patriota), preferiu não ser indelicada com o governo, do qual ela espera ajuda. Preferiu falar que ainda está se fazendo um “estudo para se atingir um valor”.
“A gente está discutindo esse valor ainda, não não chegamos a conclusão, tendo em vista que são vários itens e subsídios que vai compor para que a gente chegue no valor final dessa tarifa”, disse.
Em 2012, quando a Prefeitura de Campo Grande e Consórcio Guaicurus firmaram contrato de concessão do transporte coletivo, a data de revisão tarifária era o dia 25 de outubro. Em 10 anos, porém, a data foi sendo empurrada, pelos gestores.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.