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Candidatos terão de devolver “sobras” do Fundão à União

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Lista aponta de candidatos sem bens declarados e até milionários.
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Na disputa pela Câmara Federal, 13 candidatos receberam milhões do Fundo Especial e apenas 5 tiveram sucesso, dos quais quatro foram reeleitos

A disputa pelas oito cadeiras que o Estado tem direito na Câmara dos Deputados nas eleições gerais deste ano atraiu 161 candidatos e, deste montante, apenas 13 receberam mais de R$ 1 milhão do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mais conhecido como Fundão.


As informações foram levantadas até esta quinta-feira (20) no DivulgaCand, dispositivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que informa quanto cada candidato arrecadou e gastou na campanha. Todos os 13 gastaram menos do que o recebido e terão de devolver aos cofres da União.


Segundo o advogado Douglas de Oliveira, especialista em Direito Eleitoral e conselheiro estadual da OAB-MS, as prestações de contas ainda não estão com todas as despesas lançadas, apenas os créditos e parte do que já foi pago. 

“No caso da maioria dos candidatos, o DivulgaCand só tem as despesas parciais, porém, analisando os dados disponíveis, aqueles que não utilizaram todo o valor recebido do Fundão terão de devolver as sobras para os cofres da União. Já no caso dos candidatos que também receberam recursos do Fundo Partidário e não gastaram toda a verba recebida, a devolução será para o diretório estadual do respectivo partido”, explicou.

Reeleitos


Dos 13 candidatos que receberam recursos milionários do Fundão, quatro foram reeleitos, um eleito e oito não obtiveram sucesso nas eleições.

Dos quatro reeleitos, os dois que mais receberam recursos foram Dagoberto Nogueira (PSDB), que recebeu R$ 2.717.500,00, dos quais R$ 2.275.000,00 foram do Fundão, e contratou um total de R$ 2.760.751,73 em despesas, pagando R$ 2.673.751,73, dos quais 2.274.583,48 do Fundão, ou seja, só precisará devolver aos cofres da União R$ 416,52, e Dr. Luiz Ovando (PP), que recebeu R$ 2.233.000,00, dos quais R$ 2.000.000,00 são do Fundão, e contratou um total de R$ 1.423.731,88 em despesas, pagando R$ 300.469,00, tudo do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 1.699.531,00.


Já Vander Loubet (PT) recebeu R$ 2.210.770,23, dos quais R$ 1.801.341,91 do Fundão, e contratou um total de R$ 2.129.612,90 em despesas, pagando R$ 1.673.002,45, dos quais R$ 1.401.542,00 do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 399.799,91; enquanto Beto Pereira (PSDB) recebeu R$ 1.584.000,00, dos quais R$ 1.462.500,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 1.512.449,50 em despesas, pagando R$ 1.257.674,50, tudo do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 204.825,50 aos cofres da União. 


Já o único eleito é Geraldo Resende (PSDB), que recebeu R$ 1.839.666,67, dos quais R$ 1.625.000,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 999.174,89 em despesas, pagando R$ 856.039,89, dos quais R$ 741.254,89 do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 883.745,11 aos cofres da União.


Dos oito que não obtiveram sucesso e receberam recursos milionários do Fundão, apenas dois não conseguiram se reeleger, sendo eles Fábio Trad (PSD), que recebeu R$ 2.795.267,00, dos quais R$ 2.450.000,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 1.457.005,74 em despesas, pagando R$ 1.323.300,57, tudo do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 1.126.699,43 aos cofres da União, e Tio Trutis (PL), que recebeu R$ 1.036.000,00, dos quais R$ 1.026.000,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 256.256,13 em despesas, pagando R$ 199.967,46, dos quais R$ 159.435,00 do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 866.565,00.

PASTORA


Entre os outros seis está a Pastora Michela Dutra (União Brasil), que recebeu R$ 3.100.000,00, tudo do Fundão, e contratou um total de R$ 273.887,40 em despesas, pagando R$ 269.387,40, tudo do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 2.830.612,60 aos cofres da União. 


No entanto, essa verdadeira fortuna repassada à candidata causou revolta nos demais candidatos do partido, e alguns chegaram a propor renúncia coletiva em protesto contra a política de priorizá-la, já que os demais não receberam nem perto desse valor, chegando a levantar suspeita sobre o real motivo de tanto recurso para alguém que nem aparecia como favorito para ser eleito dentro da legenda.


Os outros cinco são o ex-senador Moka (MDB), que recebeu R$ 2.623.032,08, dos quais R$ 2.503.032,08 do Fundão, e contratou um total de R$ 2.620.734,93 em despesas, pagando R$ 2.620.734,93, dos quais R$ 2.500.792,58 do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 2.239,50; e o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), que recebeu R$ 1.362.900,00, dos quais R$ 1.356.900,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 779.162,10 em despesas, pagando R$ 779.162,10, dos quais R$ 773.162,10 do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 583.737,90.


Além de Keliana Fernandes (PSDB), que recebeu R$ 1.575.000,00, tudo do Fundão, e contratou um total de R$ 401.746,60 em despesas, pagando R$ 217.946,60, tudo do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 1.357.053,40 aos cofres da União; do vereador Professor João Rocha (PP), que recebeu R$ 1.065.000,00, dos quais R$ 490.000,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 872.847,31 em despesas, pagando R$ 592.816,52, dos quais R$ 467.792,45 do Fundão, ou seja, terá de devolver aos cofres da União R$ 22.207,55; e Walter Carneiro Jr. (PP), que recebeu R$ 1.265.000,00, dos quais R$ 490.000,00 do Fundão, e contratou um total de R$ 353.775,90 em despesas, pagando R$ 324.875,90, dos quais R$ 276.575,90 do Fundão, ou seja, terá de devolver R$ 213.424,10 aos cofres da União.

Conteúdo retirado do Correio do Estado.

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