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Em greve, classe garante 60% da assistência em saúde no HU

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Greve por tempo indeterminado foi declarada após categoria esperar reajuste por quatro anos

Linha de frente no combate à pandemia, os trabalhadores em saúde manifestam, a partir desta segunda-feira (26), em busca de direitos salariais – que são esperados há cerca de 4 anos -, com uma greve por tempo indeterminado no Hospital Universitário. 

Entretanto, apesar da paralização – até por seu compromisso com a vida -, esses profissionais garantiram que os atendimentos em saúde, e administrativos, serão mantidos ativos, ainda que com redução de pessoal. 

“O Tribunal Superior do Trabalho, através da ministra Delaíde, eles parametrizaram nossa paralisação, no sentido de garantir à população que, 60% da área assistencial e médica estivesse atendendo, e que, cerca de 50% da área administrativa estivesse atendendo também a população que continuasse no hospital”, explica Wesley Cassio Goully.

Ele, que é secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Mato Grosso do Sul (SINTSEP), ressalta o compromisso dos profissionais de reestabelecer a vida à sua normalidade, mas que deverão lutar pelo o que lhes é de direito. 

“Nós, por natureza, temos esse compromisso com a vida. Então, 100% do das atividades hospitalares – do Hospital Universitário -, a gente não vai parar, mas  vai diminuir consideravelmente”, frisa. 

Problema de tempos

Antes mesmo de a pandemia da Covid-19 assolar a humanidade, a categoria já vivia a falta de reajustes, que deveriam ser de – pelo menos – 6% ao ano, e ja acumulam há pelo menos quatro. 

Wesley destaca que, foi justamente a ameaça de que seus direitos seriam minados que motivou a greve estabelecida, sem prazo para terminar. 

“Infelizmente, a gente chegou nessa situação, depois de 4 anos negociando com o governo… e foi muito dura e pesada para a gente, porque, em alguns momentos, eles são ofereceram até – absurdamente – uma redução salarial, sabe? Através da ampliação da nossa insalubridade”, aponta o secretário-geral.

Segundo ele, isso  seria um valor que é extremamente impactante nos trabalhadores em saúde do hospital universitário.

Além dele, a funcionária do HU há sete anos, Amanda Fogaça, destaca a indignação da classe da enfermagem e administrativa, por conta da falta de reajuste. 

“A gente funciona esses reajustes em termo de acordo coletivo, então estamos com eles parados. Além do mais, com todo esse contexto de pandemia, que toda equipe teve que percorrer… a empresa está sugerindo que a insalubridade seja reduzida, para ser em cima do salário mínimo, sendo que recebemos hoje em cima do ‘base'”, revela. 

Conforme a categoria faz questão de ressaltar, a questão da insalubridade é “inegociável”, principalmente diante do contexto de desvalorização.  

“Estamos nesse movimento por valorização e para que sejamos respeitados”, conclui ela, que atua na enfermagem há 14 anos. 

Por fim, a categoria afirma que não enxerga o próprio pedido como “absurdo”, nem “algo distante”, já que exigem que seja feita a correção inflacionária dos últimos quatro anos para que eles voltem à trabalhar.

“Esperamos que esse movimento de todos os hospitais universitários no país, vinculados a rede EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que isso faz com que o governo se sensibilize e entenda que é o momento de negociar”, finaliza.