O custo da próxima safra de soja em Mato Grosso do Sul será 26% maior.
É o que revela o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi.
Ele disse ainda que 92% do custo da maior commodity do Estado é variável.
Para Dobashi, na próxima safra dois fatores não podem ser descartados sob hipótese alguma no custo final de cada saca.
Um está relacionado com o uso de defensivos agrícolas que foram banidos sem explicações convincentes e de baixa fundamentação científica, como no caso do paraquate.
“O banimento, neste caso, não teve uma sustentação plausível. Já no caso do carbendazim, que é outro defensivo, o banimento teve que ser feito”, disse Dobashi.
A retirada do paraquate pegou muitos produtores rurais de surpresa e agora eles estão descobrindo outros produtos que, até então, não eram tão consumidos e isso gera o risco maior.
O outro fator está relacionado aos fertilizantes.
Neste caso, segundo informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), de janeiro a agosto do ano passado, Mato Grosso do Sul importou 199,3 mil toneladas a US$ 76,5 milhões.
Este ano, em oito meses, foram importados 164,4 mil toneladas de fertilizantes a um custo de US$ 121,7 milhões.
Os números mostram que o custo de importação aumentou 58,96%.
O câmbio foi um fator expressivo, mas a guerra entre Rússia e Ucrânia – duas potências em fertilizantes – foi desastroso para o produtor rural brasileiro.
André Dobashi garantiu que não há risco de desabastecimento de fertilizantes no Brasil.
O importador maior agora é o Canadá e como a oferta diminuiu e a demanda aumentou, o preço se elevou.
Mesmo diante de um custo em elevação, André Dobashi afirmou que Mato Grosso do Sul tem tudo para ter uma grande safra de soja.
A área plantada aumentou em 2,5% e chegou a 3,8 milhões de hectares.
A produtividade – também por hectare – chegará a 53,4 sacas, com crescimento de 38,27%.
Já a produção vai chegar a 12,3 milhões de toneladas, com uma alta substancial de 41,72%.
Na avaliação de André Dobashi, a maior apreensão – para os produtores rurais – continua sendo a questão climática, levando-se em conta a estiagem prolongada do ano passado.
O lado mais tranquilo vem do Plano Safra, que este ano teve um recorde de oferta de crédito chegando a R$ 240 bilhões.