Rumores que circularam na manhã desta segunda-feira (19) indicavam que o Psol e o Rede iriam retirar as candidaturas ao governo e vice de Mato Grosso do Sul, Adônis Marcos e Ilmo Cândido de Oliveira. Os dois negaram o recuo.
No entanto, ficou comprovado que houve uma manobra para afastar os dois da disputa. O motivo, contudo, não ficou claro. Boatos indicam que a razão seria pelo interesse no dinheiro repartido pelo partido por meio do Fundão.
O Psol firmou Federação com a legenda Rede para a disputa nas eleições de outubro. Isso significa que os dois partidos tornaram-se um só no pleito. E o afastamento do candidato ao governo estaria sendo articulado pela Federação.
“Não procede [desistência]. Primeiro que o Psol não se reuniu para isso. Quem se reuniu foi a Federação numa ideia para que o vice [Ilmo] retirasse a candidatura”, afirmou Adônis ao Correio do Estado, o candidato ao governo.
Se o vice saísse da disputa, isso poderia derrubar a candidatura de Adônis Marcos. “Mas ele [vice] se recusou. Nem a Federação nem o Psol poderiam me tirar das eleições depois que as candidaturas foram homologadas”, afirmou Adônis. Já o concorrente a vice pela Federação divulgou uma nota também negando sua retirada das eleições (ver abaixo).
O Correio do Estado ouviu um dos candidatos da Federação e ele disse que “acha” que a tentativa de remover a candidatura de Adônis e Ilmo tem a ver com os recursos do Fundão para bancar as propagandas eleitorais. Mas não não deu certeza.
“Creio que seja isso, mas não estou bem ligado nesse assunto”, afirmou.
O dinheiro repartido pelo Rede o Psol não favoreceu todos os candidatos da Federação.
A maior cota foi para a candidatura ao governo, algo em torno de R$ 214 mil. Um candidato a deputado estadual recebeu em torno de R$ 100 mil. Outros concorrentes, entre R$ 30 mil a R$ 50 mil. Contudo, a maioria, ao menos por enquanto, nada receberam.
Veja a nota divulgada pelo candidato a vice da chapa da Federação:
Ilmo Candido de Oliveira, candidato a vice governador, pela Rede federada com o Psol, vem a público esclarecer que a veiculação em que cita a minha possível renúncia em decorrência de acordos entre Rede e Psol por descontentamento ou não cumprimentos de acordos pactuados para o pleito 2022, venho esclarecer:
- Não participei de reuniões em que pudesse ter conhecimento do pacto firmado, mas tive informações posteriores por alguns dirigentes dos dois partidos;
- Pessoalmente não tenho qualquer ranhura com o candidato da majoritária o Senhor Adônis;
- Ao meu entendimento a possível renúncia da minha candidatura trará um passivo político em que só eu sofrerei diretamente as consequências, e sendo o motivo de não ter ao início o convite para pactuar tais acordos não me vejo guarido por um lastro de legalidade para tomar tal decisão;
- Para mim o problema de má gestão da campanha se dá aos dois partidos que não compuseram um grupo de gestão, mesmo sabendo que o candidato a governador é que gere sua campanha, mas se houve um tratado esse creio eu não teria problema de ao menos participar suas ações a um grupo de gestão.
Conclusão:
Pela insegurança jurídica; política e relações partidárias, fato apontado em reuniões, não me sinto guarido para tal decisão portanto nesse momento NÃO RETIRO MINHA CANDIDATURA, a não ser que se obtenha uma nota conjunta dos partidos envolvidos pedindo e apontando para que eu faça assim como foi a convenção em que tutelaram minha candidatura.
Ilmo Candido de Oliveira
Candidato a Vice-Governador
Conteúdo retirado do Correio do Estado.