Search

Cresce para 35 o número de obras paralisadas na Capital

Picture of Informativo

Informativo

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

A interrupção mais recente foi a revitalização do Parque Cônsul Assaf Trad, na região norte de Campo Grande

Com a paralisação da revitalização do Parque Cônsul Assaf Trad, na região norte de Campo Grande, o município tem, pelo menos, 35 obras paradas.  

Ao Correio do Estado, o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, apontou que a interrupção no serviço foi necessária para ajustes no projeto.  

“Nesse caso do Parque Cônsul Assaf Trad, houve paralisação das obras para ajustes no projeto. Estamos trabalhando para concluir as obras até o fim de setembro”, disse Fiorese.  

De acordo com o portal Mais Obras, da prefeitura da Capital, a previsão inicial de conclusão do parque, fechado há anos, localizado na Avenida Cônsul Assaf Trad, entre o residencial Alphaville e o Shopping Bosque dos Ipês, era janeiro deste ano. 

As obras inicialmente orçadas em R$ 1,1 milhão já tiveram R$ 492,1 mil empregados no projeto.  

No projeto, as obras contemplam a retirada de estruturas avariadas, pintura de pergolado, revitalização do estacionamento com demarcação de vagas para portadores de necessidades especiais, instalação de lixeiras, construção de calçadas e instalação de gradil em toda a área de intervenção, entre outros.  

Também haverá a instalação de playground com piso emborrachado, com quatro torres, passarela, escorregador, tobogã e balanço. O parque terá, ainda, teatro de arena, pista de bicicross, área de ginástica e campo de futebol.  

HISTÓRICO

Em 2006, o grupo Alphaville doou à Prefeitura de Campo Grande uma área de 302.032,54 metros quadrados, como compensação ambiental por empreendimento. Em parte dessa área, foi implantado o Parque Cônsul Assaf Trad, inaugurado em 2008.

No entanto, o local, que conta com aproximadamente 25 hectares de área verde e três lagos, permanece fechado para o público. 

No parque funciona o projeto Florestinha, da Polícia Militar Ambiental (PMA), que atende crianças e adolescentes, promovendo educação ambiental, como plantio de árvores para recuperação das matas ciliares das lagoas existentes no parque.

Em 2014, denúncias de abandono e degradação ambiental, com formação de erosões, levaram o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a se reunir com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, quando foi estabelecido prazo para limpeza, manutenção e abertura à população, que não foi cumprido.

No ano seguinte, um inquérito civil público foi instaurado pela 42ª Promotoria de Justiça para apurar a situação, com informações da PMA de que a galeria de águas pluviais localizada no parque estaria provocando o surgimento de diversas ravinas que poderiam se tornar voçorocas.

Foram solicitados laudos de vistoria e relatórios técnicos, comprovação de limpeza, abertura e inexistência de degradação ambiental. Sete anos depois, o parque continua fechado para uso da população. 

OBRAS PARADAS

Além da revitalização do Parque Cônsul Assaf Trad, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sisep, oficializou no dia 18 de julho a rescisão de contrato com a Orkan Construtora, empresa que estava responsável pelas obras no Centro Municipal de Belas Artes. As obras, que tiveram ordem de serviço dada em fevereiro, haviam sido paralisadas em junho.  

Segundo o secretário Rudi Fiorese, a Orkan Construtora, contratada por R$ 5,1 milhões, não estava cumprindo o cronograma da obra e a expectativa de atraso já estava em cerca de seis meses.  

A empreiteira foi notificada e teve prazo para apresentar defesa, mas o contrato foi rescindido bilateralmente, ou seja, de comum acordo entre as partes.  

Com a rescisão, a segunda empresa classificada no processo de licitação será chamada para assumir a obra. Caso ela não tenha mais interesse, será chamada a próxima, e assim sucessivamente.  

Conforme levantamento feito pelo Correio do Estado, publicado em 20 de junho, pelo menos outras 33 obras estão paralisadas na Capital. São edificações para atender os mais diversos setores, entre os principais, as reformas de Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e a construção de escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme).

Segundo Fiorese, esse é um problema que tem sido enfrentado em todo o Brasil, causado pela alta exorbitante nos preços da construção civil. 

“É uma situação generalizada no País: o diesel aumentou quase 40%, o cimento mais de 50% e o reajuste anual dos preços das obras, que é o que a legislação permite, não consegue cobrir esses custos, por isso, há essas desistências”, explicou o secretário.  

Conteúdo retirado do Correio do Estado.