Após atingir crianças de zero a 16 anos de idade, em 20 países, a nova hepatite se manifestou com sintomas gastrointestinais, vômitos e icterícia.
O sexto caso da hepatite “misteriosa” está em investigação em Campo Grande. A vítima é uma paciente de apenas seis meses de vida.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde informou que o caso ainda não é considerado suspeito.
Outros quatro casos foram descartados pelos médicos vinculados ao órgão. Foram investigados pacientes de Campo Grande, Dourados e Ponta Porã.
Dois casos que apareceram na Capital foram excluídos e o de Dourados também não foi confirmado.
Em nota, o órgão informou também que “só é considerado suspeito quando saírem os primeiros resultados laboratoriais negativos para hepatites A, B e C, e para as arboviroses, incluindo a febre amarela”.
O médico infectologista e especialista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Henrique Rosa Croda, explicou que a nova hepatite é chamada de “misteriosa porque não tem causa”. Então, a principal característica para averiguar a doença é feita por diagnóstico clínico e exames laboratoriais.
O problema é que os pacientes podem apresentar icterícia, pele amarelada, náuseas, vômitos e os exames laboratoriais podem conter laudo negativo para as hepatites A, B,C, D e E e outras doenças.
“Hoje sabemos que hepatite ‘misteriosa’ difere das causas de hepatites virais, medicamentosas e possui sorologia negativa. Especialistas ainda não sabem a causa específica para a doença”, justificou o médico.
Sem Prevenção
Após atingir crianças de zero a 16 anos de idade, em 20 países, a nova hepatite se manifestou com sintomas gastrointestinais, diarréia, vômitos e icterícia.
Julio Croda ainda destacou que nesses casos, as causas mais comuns são afastadas, e o médico faz análise clínica, mas em crianças não há como prevenir. “Não sabemos a origem da infecção. A hipótese da provável causa se originou após o surto da covid-19 e/ou adnovírus 41, que podem ter ligação com a doença. Por isso, é dificil sugerir qualquer tipo de medida já que não sabemos a origem da infecção”.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) por meio de comunicado informou no dia 23 de abril, a falta ou inexistência de relação entre a doença e as vacinas aplicadas contra a covid-19.
“As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra a covid-19 não têm sustentação, pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a vacinação contra a covid-19”, diz a nota.
Primeiro caso
O primeiro caso da hepatite aguda confirmado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde foi no dia 28 de maio deste ano.
Por meio de nota à imprensa, a Secretaria informou que no dia 05 de abril de 2022, uma adolescente teve febre, icterícia, mal-estar e náuseas. A equipe médica realizou exames para as doenças: chikungunya, dengue, febre amarela, hepatite A, B, C, D e E e zika, porém os resultados foram negativos.
Sob investigação sobre a causa da hepatite aguda, foram realizados outros exames na jovem que está sendo monitorada pelas equipes da Vigilância em Saúde e Assistência de Ponta Porã e do Estado.
A nota informou que a adolescente não é portadora de doenças metabólicas, fez exames de ultrassonografia onde foram descartadas causas obstrutivas e a pedido da família, a jovem se recupera em casa após sair do hospital.