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Problema constante capital produz mais lixo do que coleta

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Especialistas debatem em busca de soluções para destinação correta de resíduos

Com produção média de 785 toneladas por dia, o lixo em Campo Grande é tema constante de discussões em busca das soluções mais viáveis, e envolve diversos setores da Capital, desde o catador de resíduo à concessionária Solurb e poder público, que, segundo especialistas, tem feito pouco para achar a respota.  

Ainda na sexta-feira (03) o impacto desse descarte foi debatido na Câmara Municipal, com a presença de representantes do: Instituto Campo Grande Cidadania; Sinergia/MS; Fórum do Lixo e Cidadania; Organoeste/ Instituto Lixo Zero; Coopermaras/MS; Atmaras/ MS; Polícia Militar Ambiental, entre outras entidades.  

Promovido pela Comissão Permanente de Meio Ambiente, o vereador Prof. André Luís, segundo assessoria, expõe que a questão do lixo na Capital é um ciclo que não se fecha, mas que está virando uma solução.

“Hoje, cooperativas de catadores vivem desse resíduo. Mas, precisamos otimizar ainda mais sua utilização. O problema da geração de riqueza passa, necessariamente, pelo consumo. Mas, temos que desenvolver o consumo responsável. Produzimos, consumimos e descartamos. O ciclo não fecha. Quando se fechar, o consumo vai ser solução de problema”, disse.  

Ainda no mês de março, o gerente operacional da Solurb, Bruno Velloso Vilela apontava que quantidade de lixo gerada na cidade é diferente de quantidade coletada.

Como apontou o Correio do Estado, só no ano de 2021 Campo Grande produziu mais de 276 mil toneladas de lixo em 2021. Só no último mês de maio foram 22 mil toneladas.

Soluções

Segundo o vereador, com reaproveitamento de resíduos, o consumo em sí deixa de ser problema.  

“Temos que focar, hoje, século 21, no reaproveitamento total daquilo que produzimos. Fechamos o ciclo de consumo e reaproveitamento. Assim, o impacto na natureza será zero. Todas as pessoas podem participar”, afirmou André Luís.  

Sobre as mais de 20 mil toneladas mensais de resíduos, Karina Ocampo Righi-Cavallaro – que é professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -, ressaltou que metade da quantia é composta de resíduo orgânico.  

“Temos uma média que é pago 300 reais por tonelada para a empresa enterrar nossos resíduos. Estamos gastando para enterrar resíduos orgânicos, os quais a gente deveria estar devolvendo ao ciclo natural, para o solo, para a produção de alimentos”, disse durante audiência.  

Ela frisa o que chamou de “praticamente inexistência de ações” por parte do poder público que, segundo ela, não desenvolve ações concretas e duradouras para que se garante um destino correto do lixo doméstico.  

“A cidade tem apenas ações pontuais quando a gente pensa em reaproveitamento dos resíduos orgânicos. A grande maioria são ações de empresas privadas. Precisamos urgentemente mudar nossa postura em relação aos resíduos, pois nosso meio ambiente está pedindo socorro. Cada um é responsável. Você precisa separar recicláveis e orgânicos e, assim, teremos soluções”, completa.