Durante a oitiva realizada nesta segunda-feira, com Paulo Vitor Brito de Oliveira, chefe de operações do Consórcio Guaicurus, a vereadora Luiza Ribeiro fez uma série de questionamentos sobre o serviço de transporte coletivo urbano em Campo Grande, especialmente em relação ao aumento dos custos operacionais entre 2023 e 2024.
Segundo Oliveira, a frota operacional durante os dias úteis conta com 405 veículos, sendo que nos fins de semana apenas 60% desse total — cerca de 240 ônibus — estão em operação. No entanto, ele não soube explicar de forma clara o motivo do aumento de aproximadamente 11% nos custos operacionais no período citado, que saltaram de R$ 129.140.650,27 em 12/2023, para R$ 142.328.809,05 em 12/2024.
Esse aumento expressivo, que é mais do que o dobro da inflação registrada no período, não foi acompanhado de nenhuma excepcionalidade: não houve ampliação de áreas atendidas, nem aumento de viagens, crescimento de salários ou renovação de frota. A estrutura do serviço, segundo o próprio chefe de operações, permaneceu a mesma.
“Questionado sobre a justificativa para esse dado ter aparecido no Demonstrativo de Resultados do Exercício Financeiro da Concessionária, o responsável técnico também não conseguiu apontar com precisão os fatores que levaram ao aumento. Não está claro o que poderia justificar parte do acréscimo, podendo, inclusive, ter dados no demonstrativo financeiro que não revelam a realidade”, argumenta a vereadora.
O que já foi apurado pela CPI aponta para uma frota obsoleta, com 197 veículos com idade bem acima do pactuado no contrato, o que, segundo o depoente, tende a elevar o custo de manutenção e operação.
Diante das respostas vagas e da ausência de dados concretos, a vereadora Luiza Ribeiro reforçou a necessidade de maior transparência por parte do Consórcio Guaicurus quanto à composição dos custos e à efetividade do serviço prestado à população tem que sido de má qualidade visto a quantidade de reclamações, mais de 600 enviadas a CPI até o momento.