As movimentações atípicas do Consórcio Guaicurus foram confirmadas pelo diretor de Fiscalização e Auditoria Contábil da Agereg, José Corsine da Silva, durante a CPI do Consórcio Guaicurus, na quarta-feira (28). Ele afirmou que os repasses, ainda em apuração, totalizaram R$ 31,7 milhões, sendo R$ 23,592 milhões para a Cidade e R$ 8 milhões para Campo Grande.
Na oitiva, Corsine explicou que as irregularidades foram detectadas nos balancetes, não nos balanços do Consórcio, e que, em 23 de maio de 2019, foram solicitados os balanços de 2018. Ele destacou que a investigação sobre essas movimentações segue em curso devido à sua complexidade.
O Consórcio solicitou prorrogação do prazo para esclarecimentos, informando que os valores se referem a investimentos decorrentes da transferência da Viação São Francisco para a Viação Cidade Morena. Segundo Corsine, as transferências ocorreram em 2016, e, na semana passada, foi entregue à Agereg um termo de anuência prévia, relacionado a um processo regulatório iniciado em 15 de setembro de 2015.
Anteriormente, em 21 de maio, o ex-diretor da Agereg, Odilon de Oliveira Júnior, já havia apontado repasses milionários do Consórcio para empreendimentos fora do grupo Guaicurus.
O diretor de Fiscalização e Auditoria Contábil da Agereg, afirmou que a frota antiga do Consórcio Guaicurus eleva os custos da empresa. Durante oitiva na CPI do Consórcio, ele explicou que “quanto maior o tempo de uso do ônibus, maior a depreciação”. A vereadora Luíza Ribeiro (PT) destacou que essa situação “contribuiu para o desequilíbrio financeiro” alegado pelo grupo que opera o transporte público em Campo Grande.
Apesar de o Consórcio ter uma receita de R$ 1,2 bilhão nos primeiros oito anos de contrato, mantém uma frota antiga para o transporte de passageiros na capital, enquanto reclama de desequilíbrio financeiro. Luíza Ribeiro criticou: “A frota velha aumentou custos e reduziu o patrimônio, o que pode indicar que o desequilíbrio é resultado das próprias decisões do Consórcio”.
Em 12 de maio, o fiscal aposentado Luis Carlos Alencar Filho já havia apontado que a frota envelhecida eleva os custos. “Com ônibus antigos, os problemas aumentam, a manutenção fica mais cara e a preventiva é reduzida”, afirmou.