Na CPI do Transporte Público, Odilon de Oliveira Júnior revelou repasse de R$ 20 Milhões do Consórcio a empresa não integrante
O ex-diretor da Agereg, Odilon de Oliveira Júnior, revelou, em oitiva na CPI do Consórcio Guaicurus, nesta quarta-feira (22), que o Consórcio transferiu R$ 20 milhões para a Viação Cidade Ipês, empresa que não integra o grupo responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande. A investigação da Agereg, baseada em documentos de 2016 a 2022, identificou esses repasses, considerados investimentos de longo prazo com retorno financeiro.
Odilon informou que, após apontamentos técnicos, a Agereg formalizou parceria com a Controladoria do município, que cedeu dois servidores para aprofundar a apuração. Ele destacou o déficit de fiscais e servidores na agência durante sua gestão, o que dificultou a formalização de processos. “Estava tudo na informalidade. O Consórcio, quando notificado, não retornou, mas reduziu o valor e deu baixa”, explicou, sugerindo que os técnicos poderiam esclarecer melhor.
O Consórcio Guaicurus, com contrato bilionário, é formado por Viação Cidade Morena Ltda, Viação São Francisco Ltda, Jaguar Transporte Urbano Ltda e Viação Campo Grande Ltda. A Viação Cidade Ipês, que recebeu os repasses, não faz parte do grupo. A questão foi levada ao Executivo em 2024, mas, segundo Odilon, não avançou devido a “limites”.
Odilon também contestou a fala do atual diretor-presidente da Agereg, José Mario Nunes da Silva, que afirmou que 300 ônibus precisam ser substituídos em 2025. “Seria quase a frota inteira”, questionou Odilon. Vereadores consideraram o dado alarmante, refletindo a precariedade do serviço. Questionado pela vereadora Luiza Ribeiro (PT) sobre a frota antiga, Odilon mencionou um processo administrativo que resultou em advertência e um cronograma de substituição.
O presidente da CPI, Lívio Leite (União), anunciou que a Comissão fará um levantamento próprio sobre a quantidade de veículos a serem trocados. Sobre fiscalizações, Odilon respondeu ao vereador Coringa (MDB) que os servidores da Agereg atuavam apesar do “desmonte” da pasta, mas depois corrigiu, dizendo que faltava pessoal. Ele destacou uma advertência que levou à troca de 71 ônibus e diferenciou as funções da Agereg e da Agetran, negando confusão de papéis.
