O ex-diretor-presidente da Agereg, Odilon de Oliveira Júnior, depôs nesta quarta-feira (21) na CPI do Transporte Público, na Câmara Municipal de Campo Grande. Ele atribuiu os desafios da agência à pandemia, à falta de servidores e informou que preferia advertências a multas ao Consórcio Guaicurus.
O atual diretor-presidente, José Mário Antunes, revelou que a Agereg tinha apenas quatro fiscais. Odilon, porém, disse desconhecer esse número, afirmando que, em sua gestão, não havia fiscais nem auditores, e que mudanças ocorreram na transição de gestão. Ele defendeu que a Agereg não atua em campo como a Agetran, mas precisa de auditores fiscal, contábil e econômico. Mesmo sem fiscais, garantiu que a agência atendia às demandas, como no caso do aterro sanitário, onde enviava equipes para apurar fatos e encaminhar soluções.
Odilon explicou que não contratava servidores devido ao limite prudencial e que não era sua responsabilidade realizar concursos, embora tenha comunicado à prefeitura a necessidade de mais funcionários. Sobre multas ao Consórcio Guaicurus, ele analisou a idade média da frota, optou por advertência e considerou o recurso eficaz, já que houve substituição de veículos. Ele também solicitou um plano de renovação da frota, considerando a vida útil dos ônibus. Odilon destacou que a Agereg também regula empresas como a Águas Guariroba, que exige mais tempo devido à sua operação.
Sobre a ausência de seguro de vida para passageiros, previsto no contrato com o Consórcio Guaicurus, Odilon aplicou advertência, alegando que a exigência poderia desequilibrar o contrato. Vereadores questionaram possível interesse financeiro, já que a Agereg é custeada por cláusulas contratuais com as empresas reguladas. Odilon estimou que o Consórcio repassa cerca de R$ 100 mil à agência, enquanto a Águas Guariroba repassa aproximadamente 1% de seu faturamento.
A pandemia, segundo Odilon, impactou a gestão, especialmente pela queda de passageiros, afetando o reajuste da tarifa, que indicava aumento de cerca R$ 1. A Agereg adotou a tarifa binária, dividindo custos entre tarifa técnica (que reflete custos operacionais, como salários e combustível) e tarifa social (com desconto, paga pelos usuários). Ele mencionou que o contrato com a Otimiza visa melhorar a qualidade dos ônibus, que passam por vistoria antes de circular.
As oitivas da CPI continuam. Na segunda-feira (26), será ouvido o ex-diretor Vinícius Leite Campos, às 14h. Na quarta-feira (28), depõem Rodrigo Koei Marques Inoye, da Procuradoria Jurídica e Junta de Análise da Agereg, e José Corsine da Silva, da Fiscalização e Auditoria Contábil.
Conteúdo retirado do Campo Grande News.