Federação nacional pode unir e fortalecer antigos aliados em Mato Grosso do Sul
Uma federação articulada pelas lideranças nacionais de MDB, Republicanos e PSD pode reacender a parceria histórica entre André Puccinelli (MDB) e Nelsinho Trad (PSD), que por anos comandaram o governo do Estado e a prefeitura de Campo Grande, marcando uma era de sucesso do MDB em Mato Grosso do Sul.
Apesar de estarem em partidos diferentes, ambos enfrentam o desafio de não serem prioridades no governo atual, liderado pelo PSDB. Nelsinho, que em 2018 formou uma dobradinha com Reinaldo Azambuja, busca repetir a aliança, mas enfrenta forte concorrência do PL e do PP, este último liderado por Tereza Cristina. A disputa pelo Senado promete ser acirrada, com Reinaldo e um possível candidato do PP, indicado por Tereza, como principais adversários. Nelsinho chegou a negociar com o PL de Jair Bolsonaro, que avalia lançar Gianni Nogueira, vice-prefeita de Dourados, caso Reinaldo não se filie.
Puccinelli, por sua vez, tenta reorganizar o MDB para eleger uma bancada de quatro deputados estaduais em 2026, após 12 anos da sua saída do governo e uma derrota na tentativa de retorno. Sem o apoio preferencial de PP e PL, ele aposta na sua capacidade de atrair votos para fortalecer o partido.
Uma aliança estratégica
Se a federação se concretizar, a união entre Nelsinho e Puccinelli pode impulsionar a candidatura de Nelsinho ao Senado, contando com o apoio do grupo de Puccinelli no Estado. Em uma eleição com mais de 10 pré-candidatos, essa dobradinha pode ser decisiva. Para Puccinelli, a aliança representa a chance de reposicionar o MDB como força política relevante, superando a imagem de “patinho feio” e resgatando o prestígio de quando o partido dominava o cenário estadual.
A parceria remete a 2004, quando Puccinelli passou o comando de Campo Grande a Nelsinho, assumindo o governo estadual dois anos depois, em uma aliança que marcou seis anos de hegemonia do MDB. Em 2026, completam-se 30 anos da histórica eleição municipal de 1996, quando Puccinelli venceu Zeca do PT por apenas 411 votos, consolidando seu comando no partido.
Três décadas depois, a dupla pode voltar a dividir palanques, com ambos como pré-candidatos à Assembleia Legislativa. A política, como diz o velho bordão, “é como nuvens”: às vezes previsível, mas sempre pronta para surpreendentes reviravoltas.