Relator do caso votou contra a cassação da prefeita e da vice
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Mato Grosso do Sul suspendeu, nesta terça-feira (20), o julgamento que pode resultar na cassação da prefeita Adriane Lopes (PP) e da vice-prefeita Dra. Camilla Nascimento (Avante). A sessão foi interrompida por um pedido de vista, que solicita mais tempo para análise, e será retomada em 27 de maio.
O desembargador Alexandre Antunes, relator do caso no TRE-MS, votou contra a cassação de Adriane Lopes e Dra. Camilla. Em seguida, o juiz Márcio de Ávila Martins Filho pediu vista. Até agora, o placar é de 1 a 0 contra a cassação.
Em caso de cassação pelo TRE, a defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que impedirá a saída imediata das duas do cargo. Se o TSE confirmar a cassação, novas eleições serão realizadas em Campo Grande, e Adriane e Dra. Camilla ficarão inelegíveis por oito anos.
Primo do vice-presidente atua na tentativa de cassação
Os partidos PDT e DC escolheram o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), advogado José Eduardo Rangel de Alckmin, para atuar na defesa da prefeita e da vice-prefeita no processo que as acusa de abuso de poder econômico.
O sobrenome Alckmin não é coincidência: José Eduardo é primo do atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Ao longo de sua carreira, José Eduardo ocupou diversos cargos públicos, incluindo membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF e ministro efetivo do TSE. Em outubro do último ano, seu escritório, mantido em parceria com seu irmão José Augusto Rangel de Alckmin, foi contratado pelo PSDB para serviços advocatícios nas eleições. Mesmo assim, José Eduardo participou da campanha de Lula e de seu primo.
Não é a primeira vez que o jurista presta serviços ao partido. Ele já atuou como advogado de Aécio Neves quando este era presidente do PSDB.
