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Allyson Leguizamon

Capital político de Contar pode ser ‘carta na manga’ para a eleição de Gerson Claro ao Senado

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Ex-Deputado estadual Capitão Contar.
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Ex-Deputado Estadual bolsonarista se mostrou um exímio puxador de votos e sua ida para o Partido Progressistas pode ser ‘trunfo’ que faltava para garantir a eleição do Presidente da Assembleia Legislativa na corrida para o Senado Federal

A recente especulação sobre a possível filiação do ex-deputado estadual Capitão Contar ao Progressistas (PP) de Mato Grosso do Sul para concorrer a uma vaga de deputado federal em 2026 traz novos contornos ao cenário político do estado. Essa movimentação, se confirmada, pode não apenas fortalecer a chapa do PP para a Câmara dos Deputados, mas também ser um elemento estratégico para consolidar a candidatura de Gerson Claro ao Senado Federal, reforçando a influência do partido em um momento crucial.

Capitão Contar, conhecido por sua postura conservadora e alinhamento com pautas bolsonaristas, demonstrou capacidade de mobilização eleitoral em pleitos anteriores. Em 2018, foi o deputado estadual mais votado de Mato Grosso do Sul, e em 2022, chegou a liderar parcialmente a disputa pelo governo do estado, ainda que não tenha avançado ao segundo turno. Sua base eleitoral, composta majoritariamente por eleitores de direita, pode ser um ativo valioso para o PP, que busca ampliar sua representatividade na Câmara Federal. A presença de Contar na chapa poderia atrair votos de setores conservadores, garantindo maior competitividade ao partido e, consequentemente, mais cadeiras no Congresso.

Além disso, a filiação de Contar ao PP teria um impacto indireto, mas significativo, na candidatura de Gerson Claro ao Senado. Atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Claro tem se consolidado como uma liderança emergente no estado. Sua trajetória como deputado estadual, marcada por articulações políticas e defesa de pautas ligadas ao agronegócio e ao desenvolvimento econômico, o coloca como uma alternativa viável para representar o estado no Senado. Em uma pesquisa recente, Claro apareceu em terceiro lugar na corrida senatorial, com baixa rejeição (3,4%), o que sinaliza potencial de crescimento.

Presidente da Assembleia Legislativa quer contar com votos de bolsonaristas para ‘cravar’ vaga no Senado Federal.

A chegada de Contar ao PP poderia fortalecer a estratégia do partido ao criar uma chapa robusta e diversificada, capaz de dialogar com diferentes espectros do eleitorado. Enquanto Claro, com seu perfil moderado e técnico, atrai votos de setores ligados ao agronegócio e à classe política tradicional, Contar poderia consolidar o apoio da base conservadora, ampliando a capilaridade do PP no estado. Essa combinação seria particularmente importante em um cenário competitivo, no qual nomes como Reinaldo Azambuja (PSDB), Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) também disputam as duas vagas ao Senado.

Outro fator relevante é o alinhamento do PP com a senadora Tereza Cristina, uma das principais lideranças políticas de Mato Grosso do Sul. Tereza, que exerce forte influência no partido, já demonstrou apoio a Claro em articulações políticas anteriores, como na escolha da presidência da Assembleia Legislativa. A entrada de Contar, que em 2022 declarou apoio à candidatura de Tereza ao Senado, poderia reforçar essa aliança, criando uma frente política coesa que combine a força do agronegócio, representada por Tereza e Claro, com o apelo popular de Contar entre os eleitores conservadores.

No entanto, a filiação de Contar ao PP não está isenta de desafios. Sua trajetória marcada por embates com antigos partidos, como o PSL, e sua decisão de não disputar as eleições municipais de 2024 para focar no projeto de 2026 indicam um cálculo político arriscado. Além disso, integrar um nome com perfil ideológico tão definido ao PP, um partido de centro com amplo espectro político, exigirá habilidade para evitar conflitos internos e garantir que a chapa mantenha coesão. Claro, com sua experiência de articulação, terá o desafio de equilibrar essas forças para que o projeto do partido prospere.

Em suma, a possível ida de Capitão Contar ao PP-MS para concorrer a deputado federal pode ser um movimento estratégico para fortalecer a chapa do partido e, ao mesmo tempo, consolidar a candidatura de Gerson Claro ao Senado. A combinação do apelo popular de Contar com a liderança técnica e articulada de Claro, sob a influência de Tereza Cristina, tem o potencial de reposicionar o PP como uma força dominante no cenário político sul-mato-grossense. Resta saber se as negociações avançarão e se o partido conseguirá harmonizar suas diferentes alas para transformar essa aliança em votos nas urnas de 2026.