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Allyson Leguizamon

100 dias da gestão de Adriane: Perspectiva segue equilibrada mais persistência em problemas estruturais ligam o sinal de alerta

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Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). (Foto: André de Abreu)
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Enquanto a gestão avança em alta velocidade nos setores de desburocratização e parcerias com o setor privado, saúde e asfalto se tornam pedra na bota da atual Prefeita da Capital

A análise dos primeiros 100 dias da gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) em Campo Grande, a partir de sua posse em 1º de janeiro de 2025, revela um período marcado por iniciativas promissoras, mas também por desafios persistentes que geram críticas.

Como primeira mulher eleita democraticamente para o cargo, Adriane trouxe expectativas de continuidade e inovação, com base em sua experiência anterior como prefeita desde 2022, após a renúncia de Marquinhos Trad. Abaixo, nossa equipe apresenta um balanço dos pontos positivos e negativos desse início de mandato, com uma perspectiva equilibrada.

Desburocratização, efetivação e parcerias com setor privado

Adriane Lopes implementou uma reforma administrativa que cortou 30% da estrutura da prefeitura, visando reduzir custos e aumentar a eficiência. A desburocratização, com uso de tecnologia para facilitar serviços, destaca-se, especialmente na aceleração do licenciamento ambiental: de 24 licenças em 2024, passou para 252 nos primeiros 100 dias de 2025, impulsionando empreendimentos e o desenvolvimento econômico.

Inspirada no modelo do governador Eduardo Riedel, a prefeita introduziu contratos de gestão com secretários, estabelecendo metas claras e prazos, como 60 dias para resultados iniciais. A possibilidade de substituir quem não entregar reforça o compromisso com eficiência e responsabilidade, agradando quem espera uma administração mais ágil.

Gestão Adriane marca 100 dias com novo modelo de metas públicas para secretarias.

Na educação, Adriane garantiu 95% das 7 mil vagas escolares, anunciou concursos para professores e administrativos com edital previsto para fevereiro, além de avançar na entrega de uniformes e ampliação de salas. Em infraestrutura, a gestão retomou obras paradas, como o Centro de Belas Artes e a contenção de enchentes na Avenida Ernesto Geisel, mantendo os 300 km de pavimentação dos últimos anos como prioridade.

No âmbito econômico, a prefeita fortaleceu parcerias com o setor privado, como a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, revisando o Prodes e preparando a cidade para a Rota Bioceânica. A redução do ISS contribuiu para o crescimento de 20,85% no faturamento das franquias, consolidando Campo Grande como polo atrativo e sinalizando uma visão estratégica.

Prefeita Adriane garantiu R$ 7,3 milhões para infraestrutura e cobra recursos para CMB em Brasília.

Adriane priorizou o diálogo com a Câmara Municipal, apesar da renovação de 50% dos vereadores, buscando apoio para projetos de interesse público. Sua habilidade em construir pontes com a oposição e alinhar-se com os governos estadual e federal favorece a captação de recursos, sendo um diferencial positivo para a gestão.

    Persistência de problemas estruturais

    Apesar das promessas, problemas crônicos como buracos nas ruas e obras inacabadas continuam a frustrar a população. Críticas apontam que as soluções anunciadas, como a modernização do transporte público e a conclusão de obras históricas, ainda não se traduziram em resultados concretos nesses 100 dias, mantendo a percepção de estagnação em algumas áreas.

    A saúde permanece um calcanhar de Aquiles. Unidades de saúde enfrentam lotação, falta de estrutura e demora no atendimento, com a Santa Casa em situação crítica. A promessa de um Complexo Hospitalar é ambiciosa, mas a ausência de avanços imediatos para aliviar a pressão no sistema gera insatisfação. A gestão reconhece os desafios, mas a lentidão na entrega de medicamentos e serviços essenciais pesa negativamente.

    Atendimento em UPAs segue demorado e gera insatisfação da população da Capital.

    Algumas promessas de campanha, como zerar a fila na educação em dois anos e entregar medicamentos em casa, ainda estão distantes de se concretizar. A reforma administrativa, embora bem-intencionada, não apresentou resultados palpáveis para a população até o momento, o que reforça a narrativa de que as mudanças são mais internas do que práticas.

    Eventos como obras danificadas por chuvas e a percepção de “caos” em alguns setores, como apontado em postagens nas redes sociais, alimentam uma imagem de gestão reativa em vez de preventiva. A falta de respostas rápidas para problemas urgentes, como alagamentos e deterioração viária, prejudica a confiança de parte da população.

    Diversas placas foram espalhadas pelos buracos da cidade criticando a atual gestão.

    Embora Adriane tenha destacado avanços em entrevistas, a comunicação com a população sobre metas e resultados ainda parece fragmentada. A ausência de detalhes sobre algumas ações, como as metas específicas da saúde e planejamento, dificulta a percepção de progresso, especialmente em um mandato que prometeu transparência.

    Entretanto os 100 dias de Adriane Lopes refletem um início de mandato com bases sólidas em planejamento e reformas, mas com desafios que exigem maior agilidade para atender às expectativas da população. Os avanços em desburocratização, educação e parcerias econômicas são promissores, mas a persistência de problemas na saúde, infraestrutura e a lentidão em cumprir promessas de campanha geram críticas que não podem ser ignoradas.

    Para consolidar sua gestão, Adriane precisará transformar intenções em resultados visíveis, especialmente em áreas críticas como saúde e mobilidade urbana, enquanto mantém o diálogo aberto com a sociedade. O tom otimista de sua administração, aliado à cobrança por desempenho, sugere potencial, mas os próximos meses serão decisivos para avaliar se Campo Grande действительно entrará em um “novo tempo”.