Apenas a vereadora do Partido Liberal, Ana Portela, apoiou a criação da comissão parlamentar
Novamente o ‘tabu’ se mantém vivo na Casa de Leis, os vereadores da Comissão de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal de Campo Grande, covardemente, se recusam a apoiar a criação de uma CPI para investigar o intocável Consórcio Guaicurus. Dos cinco membros, quatro – Dr. Lívio (União Brasil), Silvio Pitu (PSDB), Herculano Borges (Republicanos) e Beto Avelar (PP) – viraram as costas para o povo e se alinharam aos interesses de um grupo poderoso que explora os cidadãos com um serviço de ônibus caro, precário e vergonhoso. Apenas a vereadora Ana Portela (PL), sensível ao clamor popular, teve a coragem de assinar o requerimento e enfrentar os desmandos desse setor intocável.
O Consórcio Guaicurus, controlado pela influente família Constantino, faz o que bem entende: descumpre o contrato de concessão, mantém uma frota sucateada, cobra uma das tarifas mais abusivas do Brasil e ainda embolsa R$ 35 milhões em subsídios públicos. E o que fazem esses vereadores? Nada! Já são três tentativas frustradas de instalar uma CPI, todas bloqueadas por esses representantes que parecem mais comprometidos com os lucros do consórcio do que com o sofrimento da população. Nenhum poder instituído no Estado ousa enfrentá-los, e esses vereadores, que deveriam fiscalizar, se tornam cúmplices desse descaso.
As queixas são diárias e escancaradas: ônibus quebrados, lotados, frota reduzida, pontos sem cobertura. Mas para os parlamentares Dr. Lívio, Silvio Pitu, Herculano Borges e Beto Avelar aparentemente o pedido de abertura da comissão parlamentar não atendia alguns requisitos para ser instaurada. O presidente da comissão, Dr. Lívio, chegou a admitir que o serviço é ruim, mas se utilizou de palavras vazias para jsutificar seu posicionamento no assunto. Na prática, ele e seus colegas se acovardam e se recusam a dar o passo necessário para colocar o consórcio contra a parede. Suas justificativas, como a de que a CPI deveria ser “mais ampla” ou que o contrato envolve “obrigações de ambas as partes”, soam como desculpas esfarrapadas para proteger os interesses do grupo e da prefeitura, que também falha miseravelmente em sua parte.
Enquanto isso, Ana Portela é a única voz dissonante nessa comissão omissa, sendo a solitary defensora de uma quarta tentativa de CPI. Do outro lado, o jogo sujo se revela ainda mais: o parecer que enterrou a última proposta veio de Luiz Gustavo Martins Araújo Lazzari, procurador-geral da Câmara, que convenientemente divide escritório e já foi assessor por seis anos de Claudionor Miguel Abss Duarte, advogado do consórcio. Uma coincidência que cheira a conluio.
Novamente os aprlamentares da Capital preferem se curvar ao poder econômico do Consórcio Guaicurus e à inércia da prefeitura a lutar por um transporte público digno. Seguindo omissos e coniventes com a população de Campo Grande merece mais do que esse espetáculo de subserviência e descaso.