Após ter oferecido ‘acordão’ com Riedel, Deputado terá dificuldade para presidir a sigla e contornar sua imagem com correlegionários
O deputado federal Vander Loubet (PT) tem compartilhado com lideranças do partido sua intenção de reassumir a presidência estadual do PT. Com o objetivo de disputar uma vaga no Senado, Vander vê o comando do partido como um passo estratégico para fortalecer sua trajetória política.
“Não é que eu seja o melhor ou que não haja outros nomes para presidir o partido, mas preencho os requisitos para dialogar de igual para igual e não chegar lá despreparado”, afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Apesar de ser uma das principais lideranças petistas no estado, Vander pode enfrentar resistência de setores mais radicais do partido, que rejeitam, por exemplo, sua articulação para apoiar a reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB). Recentemente, o deputado revelou a aliados que almeja ser um dos candidatos ao Senado indicados por Riedel, mesmo que esteja entre os quatro nomes escolhidos pelo governador. Essa posição gerou descontentamento em parte do PT, que defende a necessidade de uma candidatura própria.
A disputa pela presidência estadual do partido, prevista para o meio deste ano, deve antecipar debates sobre o futuro do PT. Vander defende uma postura mais flexível, incluindo a possibilidade de abrir mão de candidaturas próprias, enquanto outros filiados insistem na participação ativa nas eleições.
O vice-presidente estadual do PT, Humberto Amaducci, criticou a permanência do partido na base de Riedel. Ele destacou que os cargos ocupados atualmente pelo PT no governo são indicações de Vander e Zeca do PT, defendendo que esses espaços sejam entregues para que o partido se reorganize para as eleições de 2024. Amaducci deve liderar, ao lado do atual presidente estadual, Vladimir Ferreira, o grupo contrário às articulações de Vander.
Já o deputado estadual Pedro Kemp (PT), de outra corrente interna, acredita que Riedel deveria apoiar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência ou, no mínimo, Vander para o Senado. Caso isso não ocorra, ele defende que o PT lance candidatura própria no estado.
Vander costuma atuar em parceria com seu tio, Zeca do PT, nas articulações internas. Juntos, eles quase inviabilizaram a candidatura de Camila Jara (PT) à Prefeitura de Campo Grande, preferindo apoiar Rose Modesto (União). Como Rose rejeitou uma aliança com o PT no primeiro turno, ambos recuaram e endossaram Camila.
Na última eleição municipal, o PT não conseguiu eleger nenhum prefeito. Atualmente, o partido conta com três deputados estaduais e dois federais. Na disputa pelo Senado, Vander pode contar com o apoio do presidente Lula e do diretório nacional do PT, que priorizam, além da reeleição presidencial, a ampliação das bancadas de deputados federais e senadores.