Com o Partido dos Trabalhadores na posição de figurante e cabo eleitoral do direitista Eduardo Riedel (PSDB) e a crescente rejeição de Simone Tebet (MDB) no Estado, petista ‘quebra a cabeça’ para achar uma solução até as eleições de 2026
De olho na reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está promovendo mudanças e se organizando para que o Governo Federal seja mais visível nos estados. Lula já anunciou que sairá mais do gabinete e, além disso, solicitou que lideranças estaduais participem mais ativamente das ações governamentais, marcando presença para o próximo ano.
Em Mato Grosso do Sul, o presidente enfrentará dificuldades para ganhar terreno. A ministra Simone Tebet, por exemplo, perdeu a simpatia dos eleitores bolsonaristas após apoiar Lula no segundo turno. Apesar de participar de vários eventos no estado, Simone não goza da mesma popularidade que teve quando foi eleita senadora em 2014. Ciente dessa rejeição, ela não cogita, pelo menos por enquanto, disputar um mandato no estado no próximo ano.
O Partido dos Trabalhadores (PT) também não passa por bons momentos no estado. Na eleição do ano passado, o partido não conseguiu eleger nenhum prefeito e não tem nomes interessados em disputar o governo.
Atualmente, o PT faz parte da base de Eduardo Riedel (PSDB), o que dificulta a possibilidade de lançar um candidato próprio. O vice-presidente do PT em MS, Humberto Amaducci, criticou recentemente, em entrevista ao InvestigaMS, a participação do PT no governo tucano.
Amaducci disse que os cargos ocupados pelo PT são indicações de Zeca do PT e Vander Loubet (PT), e defendeu que esses cargos sejam devolvidos para que o partido possa se preparar para a disputa de 2026.
“É necessário devolver os cargos que o PT ocupa no governo do PSDB para que em 2026 possamos ter um palanque para o companheiro Lula, com candidaturas próprias para o Governo e o Senado Federal”, opinou.
Por outro lado, o deputado Zeca do PT afirmou que é cedo para tomar qualquer decisão e preferiu não se comprometer quando questionado sobre o fato de Riedel não apoiar Lula e estar próximo de Jair Bolsonaro (PL).
“Não sei. Nunca ouvi essa afirmação dele. Vamos esperar”, respondeu Zeca.
Falta de popularidade no Estado
Uma pesquisa recente na capital revelou que 68,93% da população desaprova a gestão de Lula, enquanto 26,70% aprovam e 4,37% não souberam ou não quiseram responder. A margem de erro da pesquisa é de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%. Foram entrevistadas 412 pessoas entre os dias 20 e 22 de janeiro.