Search
Picture of Allyson Leguizamon

Allyson Leguizamon

CPI do Consórcio Guaicurus segue sendo ‘tabu’ na Câmara

Picture of Allyson Leguizamon

Allyson Leguizamon

Garagem do Consorcio Guaicurus. - Reprodução
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Presidente da Casa, vereador Papy revelou que, antes de partir para uma investigação, é necessário tomar certos passos

A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato de concessão do transporte coletivo urbano de Campo Grande, assinado entre a prefeitura e o Consórcio Guaicurus, como desejava o vereador novato Jean Ferreira (PT) no início da 12ª Legislatura da Câmara Municipal da Capital, está praticamente descartada.

Segundo informações investigadas pela nossa equipe, é praticamente inviável abrir a CPI do Consórcio Guaicurus nos primeiros dois meses do Poder Legislativo, cuja primeira sessão ordinária deste ano está marcada para o dia 18.

Em entrevista exclusiva à reportagem, o presidente da Câmara, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), conhecido como Papy, disse que, embora seja favorável a intensificar a fiscalização sobre o serviço de transporte coletivo urbano prestado pelo Consórcio Guaicurus, não seria possível iniciar os trabalhos com a criação de uma CPI.

“Temos alguns caminhos até a abertura de uma CPI. Apesar de eu estar convencido de que nossa postura institucional sobre o transporte coletivo urbano deve mudar, intensificando a fiscalização, precisamos seguir alguns passos antes de uma investigação pelo parlamento municipal”, explicou.

Papy mencionou ao um jornal da Capital que um “vazamento” por parte de um grupo de vereadores precipitou certas estratégias da Casa de Leis.

O Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Papy (PSDB).

A reportagem apurou que, entre as lideranças partidárias na Câmara, há consenso de que a impetuosidade de Jean Ferreira, ao tornar pública a intenção de criar uma CPI, acabou por “sabotar” o próprio Legislativo.

Essas lideranças acreditam que o “vazamento” das conversas para tentar abrir a caixa-preta do Consórcio Guaicurus prejudicou as ideias de uma boa fiscalização sobre o serviço de transporte coletivo urbano prestado à população de Campo Grande.

Inviável

Nossa equipe procurou ex-presidente da Câmara Municipal e atual primeiro-secretário da Casa de Leis, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, para saber sua opinião sobre a abertura de uma CPI logo no início dos trabalhos legislativos. Carlão também considerou essa possibilidade quase impossível.

“Eu não estou a par dessa articulação para criar uma CPI do Consórcio Guaicurus, mas adianto que a Casa tem a obrigação de esperar o resultado da perícia encomendada no ano passado pelo Poder Judiciário sobre essa questão”, aconselhou, sugerindo que se aguarde o resultado.

Ele reforçou que, se a Justiça solicitou uma perícia, não é prudente começar uma investigação sem esse levantamento.

“Enquanto não sair essa perícia, qualquer investigação será precipitada. Por isso, defendo que esperemos até março ou abril para então pensar em uma CPI”, argumentou.

Primeiro-secretário da Casa de Leis, Carlos Borges. (Foto: Marcos Maluf)

O primeiro-secretário da Casa disse à reportagem que não é contra a abertura de uma CPI, mas seria mais aconselhável fazer isso após a posse dos resultados da perícia.

“Essa perícia trará informações importantes e alguns balancetes do Consórcio Guaicurus. Com isso em mãos, a Comissão [Permanente] de Transporte e Trânsito da Câmara pode assumir”, ponderou.

Papy concordou que os colegas de parlamento devem ouvir a experiência de Carlão.

“Porém, não é possível determinar uma data para a abertura de uma CPI. Temos um plano, e novamente, o vazamento foi uma espécie de sabotagem dessa estratégia. Nunca se resolveu nada sobre o transporte coletivo urbano de Campo Grande, e agora precisamos de uma abordagem diferente para ter sucesso nesse assunto”, concluiu.