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Dois anos após 8 de janeiro, saldo de MS vai de condenados a projeto contra punições aos envolvidos

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Bolsonaristas extremistas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal
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Dois anos após a invasão aos Três Poderes em Brasília, o saldo de Mato Grosso do Sul do 8 de janeiro é de condenados, acordos fechados, militar investigado em operação e até projeto para revogar as punições aplicadas aos envolvidos. Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atos antidemocráticos tomaram conta da sede dos prédios — depredados por vandalismo.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram nos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Então, o cenário foi de caos e destruição durante aquele dia.

A data ficou marcada pela antidemocracia e prejuízo de mais de R$ 56 milhões — conforme apontamento da AGU (Advocacia-Geral da União). Até dezembro de 2024, o Supremo condenou 313 pessoas pelos atos.

Eles respondem pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaristas detidos são levados de ônibus para a sede da PF após participação nos atos criminosos do dia anterior — Foto: Mauro Pimentel/AFP

Condenados de MS

Oito pessoas de MS foram condenadas durante os dois anos de julgamentos de processos gerados após os atos antidemocráticos. Os primeiros julgamentos com sul-mato-grossenses aconteceram em fevereiro de 2024.

Ilson César Almeida de Oliveira, Diego Eduardo e Eric Prates Kobayashi foram os primeiros de MS a entrarem para a lista de condenados do 8 de janeiro. Logo depois, naquele mesmo mês, Ivair Tiago de Almeida também recebeu a mesma sentença.

Decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) definiu 16 anos e 6 meses de reclusão, além do pagamento do valor mínimo indenizatório a título de danos morais coletivos de R$ 30 milhões para estes condenados.

Em março de 2024, o Supremo condenou outros três de MS: Carlos Roberto Silva Santos, Fábio Jatchuk Bullman e Djalma Salvino dos Reis. As sessões para julgar indiciados ocorreram durante todo o ano.

Assim, em dezembro mais um sul-mato-grossense recebeu a condenação por atos antidemocráticos. A decisão obriga Joci Conegones Pereira a prestar 225h de serviço comunitário, participar de curso do MPF (Ministério Público Federal) e pagar R$ 5 milhões em indenização junto aos outros condenados.

Por fim, pelo menos duas pessoas de MS fecharam acordo e assumiram os crimes. São elas: Alexandre Henrique Kessler e Leandro do Nascimento Cavalcante.

Militar investigado

O coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que atuou em MS por um período, foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis, após os atos de 8 de janeiro de 2023.

No começo do ano, o investigado foi apontado como um dos integrantes do núcleo, já que tentou dar um suposto golpe de Estado no país e anular o resultado das eleições de 2022.

Bernardo Romão Corrêa Neto.

Até então, Bernardo trabalhou em Mato Grosso do Sul, quando comandou o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, “Regimento Antônio João”. Enquanto estava nos Estados Unidos, se entregou às autoridades após descobrir sobre o mandado de prisão preventiva em aberto contra ele.

Além disso, o militar aparece entre os indiciados pela PF (Polícia Federal) por tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Projeto de MS quer revogar punições

As punições de envolvidos no 8 de janeiro podem ser revogadas. Isso é o que prevê o projeto de lei nº 4485/2024. A matéria está protocolada na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A proposição também pede a revogação dos crimes atribuídos. Autor do projeto, o deputado federal por Mato Grosso do Sul, Marcos Pollon (PL), afirma que os acusados, “embora tenham agido de forma errônea e prejudicial patrimônio público, não são mais considerados culpados pelos crimes elencados no artigo anterior previstos no Código Penal”.

Além disso, pontua que a revogação não impede a continuidade das investigações. Por fim, define no texto que as acusações serão retiradas dos antecedentes criminais dos envolvidos.

Conteúdo retirado do Midia Max.