Search

Investigados por fraudes em contratos com governo de MS formataram celular antes de operação

Picture of Informativo

Informativo

nvestigados teriam obtido informações privilegiadas na véspera da deflagração da Operação Turn Off (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax, reprodução/Gaeco)
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Gaeco cumpre mandados nesta quinta-feira para apurar obstrução da Justiça

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) realiza operação Erasure na manhã desta quinta-feira (25) para investigar denúncia de obstrução à Justiça no contexto da Operação Turn Off, que identificou grupo que fraudou R$ 68 milhões em contratos da Saúde e Educação com o governo do Estado.

Conforme nota oficial divulgada pelo Gaeco, equipes foram às ruas de Campo Grande para cumprir mandados de busca e apreensão para apurar se investigados teriam alterado e formatado aparelhos celulares às vésperas da deflagração da Operação Turn Off, no ano passado.

Isso porque, segundo o Gaeco, os investigados alvos da operação desta quinta-feira teriam obtido informações sigilosas antes das equipes saírem às ruas na ocasião.

Com isso, prejudicaram as investigações e podem responder por obstrução da Justiça, caso o crime seja comprovado pelo Gaeco.

À reportagem, o advogado Fábio Trad, que defende o empresário Sérgio Duarte Coutinho, informou que o cliente dele não é um dos alvos dessa operação.

Esquema implicou ex-secretário adjunto da Educação, servidores e empresários

São investigados por fraudes em contratos no contexto da Operação Turn Off: os irmãos empresários Sérgio e Lucas Andrade Coutinho, o ex-secretário estadual de educação, Édio António Resende de Castro Broch, ex-servidor estadual, Thiago Haruo Mishima, e primo dos empresários, Victor Leite de Andrade.

Os irmãos Sérgio e Lucas foram presos na 2ª fase da Operação Turn Off, em que são acusados de comandar esquema de fraudes em licitações e propinas em esquema criminoso que atingiu contratos na saúde e educação com o governo do Estado que ultrapassam os R$ 68 milhões. No entanto, foram soltos e estão sob monitoramento eletrônico desde semana passada.

Na Operação Parasita, deflagrada em dezembro de 2022, os celulares de Lucas e Sérgio foram apreendidos. A partir dos dados extraídos, foi descoberta a rede de fraudes em licitações e corrupção, que chegou até os órgãos estaduais por participação de servidores.

Um dos contratos foi para fornecimento de ar-condicionado para a SED (Secretaria Estadual de Educação), no valor de R$ 13 milhões. A licitação teria sido direcionada e contado com participação da servidora da educação, Andréa Cristina Souza Lima.

Servidores membros da organização criminosa

Notas de dólares e euros apreendidas na 1ª fase da Operação Turn Off (Divulgação)

Na peça, o MPMS aponta Thiago Mishima, então servidor estadual e gestor de contratos, como uma das pontes até os empresários. Sérgio e Victor teriam conversado com Thiago para combinar o pagamento de propina, para a contratação da Isomed Diagnósticos.

A atuação de Thiago não teria sido restrita a um único pregão. Ele ainda teria dado outras orientações a Sérgio, segundo a investigação, para nova abertura de licitação. Essas informações foram repassadas a partir de uma servidora da SES, de Thiago para Sérgio.

Também consta na denúncia a participação do coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Apae, Paulo Henrique Muleta Andrade.

Paulo receberia, conforme as mensagens trocadas entre os investigados, 4% das vendas efetuadas pelas empresas para a Apae. O recebimento de propina teria acontecido por ao menos três anos, entre 2019 e 2022.

Em uma das conversas flagradas pela investigação, os empresários teriam enviado um áudio, sugerindo a compra de certos produtos. “A descartável eles não pediram nenhuma, e… cara, você consegue ver isso aí porque, nossa, tô abarrotado de descartável” (sic).

O empresário dá a entender que empurrava os produtos que estavam parados para as vendas fraudadas.

Com a informação o Midia Max.