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Eduardo Riedel é cobiçado por Kassab e Bolsonaro para concorrer à reeleição

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Governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB). - Reprodução
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Após ter se tornado nanico no Congresso, PSDB procura opções para sobreviver e governador deve buscar novos ares

Com o fraco desempenho nas eleições gerais de 2022, que culminaram com o partido se tornando nanico no Congresso Nacional, o PSDB é obrigado a procurar alternativas depois das eleições municipais deste ano para sobreviver no complicado jogo político brasileiro.

Diante desse cenário incerto, dois grandes partidos nacionais já estão assediando o governador Eduardo Riedel (PSDB) para que ele dispute a reeleição em 2026 nos seus quadros políticos em virtude dos bons índices de aprovação apresentados pelo gestor nos 18 meses à frente do Executivo estadual.

Trata-se do PL do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e do PSD do secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, que já fizeram o convite pessoalmente a Eduardo Riedel, sendo que o primeiro fez na semana passada, enquanto o segundo fez no fim de março.

 A tábua de salvação do PSDB, conforme o próprio presidente nacional, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, seria uma federação partidária com PDT e Podemos ou até mesmo uma fusão, que resultaria no surgimento de uma nova legenda. 

Porém, ele ponderou que o martelo só deve ser batido após as eleições municipais deste ano. “O clima é muito favorável. Essa abordagem é crucial para nossa sobrevivência, priorizando o pragmatismo mesmo. Mas, isso é para depois da eleição. Nós vamos fazer com calma, já estamos conversando e avançando nesse sentido”, explicou o tucano para a imprensa nacional.

ALIANÇA ESTADUAL

O convite de Bolsonaro para que Riedel se filie ao PL e concorra à reeleição em 2026 pelo partido foi revelado pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto ao Correio do Estado na quinta-feira passada quando ambos receberam, em Brasília (DF), as visitas do governador, do ex-governador Reinaldo Azambuja e do deputado federal Beto Pereira.

Na ocasião, os três foram acertar a aliança do PSDB com o PL para a disputa da prefeitura de Campo Grande e de mais 36 municípios de Mato Grosso do Sul no próximo dia 6 de outubro. Valdemar Costa Neto confirmou ao Correio do Estado que já estaria sacramentada a aliança, tendo, inclusive, o aval do ex-presidente Bolsonaro, que fez como principal exigência a vaga de vice na chapa encabeçada por Beto Pereira.

“O ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel primeiro se reuniram com o Bolsonaro e depois comigo, porque, por decisão da Justiça, nós dois não podemos nos encontrar. A aliança PL e PSDB está fechada. Foram duas reuniões muito boas e juntos vamos montar um time forte para as eleições municipais deste ano em Mato Grosso do Sul”, revelou.

Valdemar Costa Neto completou que Bolsonaro entendeu que seria melhor caminhar com o PSDB ao invés do PP da senadora Tereza Cristina, com quem já estaria negociando. “O Bolsonaro achou que esse é o melhor caminho e, depois das eleições municipais, vamos conversar para formar um único partido da direita no Estado, com as participações do Reinaldo e do Riedel. O Azambuja vai para o PP da Tereza e o Riedel vem para o PL, reforçando a direita em Mato Grosso do Sul”, adiantou.

O presidente nacional do PL revelou ainda que a aliança com o PSDB em Mato Grosso do Sul foi costurada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que tirou licença de 120 dias para se dedicar às articulações das eleições municipais deste ano pelo partido.

“Foi uma grata surpresa essa aliança. O Rogério Marinho fez um trabalho excelente junto ao PSDB de Mato Grosso do Sul, onde o partido tem 65% dos prefeitos. O nosso acordo inclui também 2026, quando pretendemos apoiar a reeleição do Riedel, com quem já tínhamos caminhado juntos em 2022”, argumentou.

ESPECULAÇÃO

O Correio do Estado também conversou com o governador durante o lançamento da pré-candidatura de Beto Pereira a prefeito de Campo Grande sobre o convite para que deixe o PSDB e se filie no PL, mas ele não confirmou. “Tudo é especulação. Eu estou muito bem no meu partido, trabalhando e focado na organização do Estado”, afirmou.

Riedel fez questão de ressaltar o apoio do PL para a pré-candidatura de Beto Pereira a prefeito de Campo Grande. “Os apoios são bem-vindos, né? A política é isso. O PSDB tem uma proposta clara para Campo Grande, tem um grupo político forte e é natural que esse apoio se forme em torno da nossa proposta. E eu acho que é isso que está acontecendo. Então, é sempre muito bem-vindo e vai se desenhando um grupo para disputar a eleição deste ano”, assegurou.

Ainda no mesmo evento político, o senador Nelsinho Trad, presidente estadual do PSD, disse à reportagem que o governador Eduardo Riedel não vai para o PL porque já teria um acordo com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. “Ele não vai para o PL porque vai para o PSD e já está tudo certo”, declarou.

Nelsinho Trad estava se referindo ao encontro realizado no dia 28 de março deste ano no apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo (SP) na ocasião em que o vice-governador José Carlos Barbosa, o “Barbosinha”, assinou a ficha de filiação ao PSD.
A assinatura da ficha de filiação por Barbosinha teve a participação de Riedel, bem como do presidente municipal do PSD em Campo Grande, deputado estadual Pedrossian Neto, e do secretário estadual Jaime Verruck. Na ocasião, Nelsinho disse que, além de Barbosinha, “muitos outros também virão compor por melhorias do nosso Estado”.