A aproximação da cúpula do PSDB em Mato Grosso do Sul rendeu e continuará rendendo nos próximos dias. Neste fim de semana, possivelmente, hoje, a senadora Tereza Cristina (PP) se reúne com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para falar sobre a investida tucano em um território que ela dominava.
Tereza ficou sabendo, três dias antes, do encontro de Riedel e Reinaldo Azambuja (PSDB) com Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, mas não gostou de ser envolvida na articulação. Agora, se reúne com Riedel para tentar acertar os ponteiros.
O PSDB vive a expectativa de uma aliança com o PL, garantindo apoio a Beto Pereira (PSDB) na Capital. Reinaldo Azambuja disse à reportagem que a probabilidade é de 99%, mas reconheceu que espera Bolsonaro, que ainda deve ouvir Tereza.
A senadora se reunirá com o ex-presidente na próxima quarta-feira, quando tentará resolver, de vez, a novela. Ela já contava com o apoio de Bolsonaro, que havia feito promessa de aliança com Adriane Lopes (PP), mas terá novo diálogo depois que Riedel e Azambuja entraram na jogada, em costura com o diretório nacional do PL.
Os tucanos seguiram o mesmo caminho de Tereza, que também teria fechado o acordo com lideranças do Congresso Nacional. Em resumo, a briga ficou grande demais para lideranças locais, o que acabou deixando o PL de Mato Grosso do Sul em uma guerra ainda maior.
Briga no PL
As acusações de traição, que já eram grandes, ficaram ainda maior depois que o PL de Mato Grosso do Sul ficou enfraquecido com Jair Bolsonaro. As idas e vindas de lideranças, reclamando dos caminhos do partido, acabaram irritando o ex-presidente, que proibiu de falarem qualquer coisa sobre a eleição na Capital.
Agora, o PL de Mato Grosso do Sul vive à espera de uma decisão de Bolsonaro, enquanto tenta achar um culpado para o enfraquecimento do grupo, que caminha para não ter candidato próprio na Capital, ainda que todos acreditem que Bolsonaro elege quem quiser.
A reunião de Bolsonaro com lideranças tucanas levou a uma caça às bruxas no partido, sobre quem teria feito a ponte. O presidente do PL, Marcos Pollon, negou participação e avisou que vai processar quem falou que ele teve envolvimento. Tenente Portela também negou participação e se calou ao ser questionado se teria voltado de carona com a caravana tucana.
Rafael Tavares, um dos mais novos filiados ao PL, tem usado a rede social para atacar Beto Pereira, sinalizando que não quer apoiá-lo. João Henrique Catan, que diz ser o único pré-candidato do partido, também usou a rede social para criticar. Os dois vídeos foram compartilhados por Pollon.
A união, ainda que de rede social, das ditas lideranças do PL, tentam convencer, timidamente, Bolsonaro, de que o melhor caminho seria uma candidatura própria, ainda que eles mesmos tenham se mostrado submissos, dizendo, desde o início, que obedeceriam as ordens do 01.