Durante a comissão parlamentar criada na Assembleia Legislativa para monitorar e discutir o andamento das obras no Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o deputado Pedrossian Neto (PSD) confirmou que o governo estadual está em conversas com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) sobre a concessão para administrar o Estádio do Morenão, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc).
Incomodados com a tímida reforma do Morenão, parlamentares e dirigentes de clubes cobraram dos representantes da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec) mais agilidade na entrega das obras. A reforma do Estádio Universitário Pedro Pedrossian está ocorrendo desde 2022, enfrentando atrasos significativos e custos excedentes.
“As obras no Morenão estão acontecendo de forma muito tímida. As condições do gramado são péssimas. Está crescendo até mamão e melancia e as condições do complexo são insalubres. O estádio está deteriorando com o tempo. Por isso, preciso saber o que falta para voltar a ter jogos?”
A revitalização do Morenão teve início em 2022 com expectativas elevadas de investimento inicial de R$ 9.404.942,70, dividido em duas etapas: infraestrutura e reforma dos banheiros/vestiários.
Com o tempo passando e a falta de transparência da Fapec, tornou-se evidente que as obras estavam sendo estendidas até o primeiro semestre de 2024. Até o momento, apenas a segunda fase das obras foi concluída.
Representando a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), o assessor jurídico José Eduardo Lima relatou que, até o momento, foram gastos R$ 7.838.761,08. No entanto, para concluir a obra, incluindo a instalação de cadeiras na área coberta, seriam necessários R$ 38.904.711,10, representando um aditivo de mais de R$ 31 milhões. Caso o contrato seja rompido, esses valores devem ser entregues aos cofres públicos.
“Até o momento a reforma do banheiro foi concluída, mas existe agora uma necessidade de repensar no projeto como um todo. Por que? O valor destinado para obras do Morenão foi superado após a elaboração dos orçamentos. Por isso demonstra que o valor está bem acima do previsto para poder dar continuidade à parceria”.
Negociações entre Governo e UFMS
De acordo com meses de apuração da reportagem, o governo de Mato Grosso do Sul demonstra total interesse em investir ainda mais no futebol de Mato Grosso do Sul. Durante conversas com dirigentes e representantes de governo, observa-se o interesse de Eduardo Riedel em utilizar o esporte local como atrativo para atrair investidores de fora do estado.
O objetivo do governo estadual é adquirir a gestão do Estádio Universitário Pedro Pedrossian e, posteriormente, investir na revitalização e ultilizar o esporte local para atrair o interesse de empresários e buscar mais investimentos em Mato Grosso do Sul e, assim impulsionar a economia do estado.
A informação sobre o interesse no esporte foi confirmada pelo governador Eduardo Riedel, durante a assembleia de clubes, na última semana no Hotel Turis, quando os dirigentes aprovaram o nome de Estevão Petrallas à frente da federação.
“Neste momento precisamos de equilíbrio, porque tem muita coisa que precisa ser apurada nessas investigações do Cartão Vermelho. Vocês precisam discutir o futebol do estado e dialogar para chegar em um bom termo. O nosso compromisso com vocês continua e precisamos discutir o futuro do Morenão”, disse o governador para os presidentes de clubes, durante a assembleia de clubes na semana passada.
Confirmando as declarações do governador Eduardo Riedel na reunião dos clubes, o deputado Pedrossian Neto afirmou que o governo do estado tem interesse em adquirir a gestão do Morenão e, posteriormente, repassá-la para uma empresa privada para administrar o complexo.
“O Morenão precisa ser uma arena moderna como em outras capitais brasileiras. Ela precisa ser usada não somente para o futebol, mas atividades artísticas, religiosos entre outros segmentos que possam dar rentabilidade econômica para o estado. Eu sei que o público e o torcedor querem que este estádio seja administrado por uma empresa, não pelo dinheiro público”, relatou.
As negociações …
Durante a reunião, o titular da Setesc Marcelo Miranda, ressaltou a necessidade de um plano para administrar a utilização adequada do complexo.
“Precisamos de uma sinalização para efetuar a concessão. Depois disso, o governo precisa criar um plano de ação para analisar como essa gestão pode ser ultilizada”, disse Miranda.
De acordo com o procurador do Estado, Wagner Garcia, disse que em caso a UFMS transfira a titularidade para o estado, a Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos) poderá iniciar as obras conforme a disponibilidade financeira. Ele acredita que em 45 dias, a situação possa ser resolvida para avançar com as obras re revitalização.
“Esse contato com a UFMS já aconteceu diretamente com o reitor. A gente acredita que entre 45 dias, teremos uma definição e formalização juridica, porque essas mudanças envolvem até a Superintendência do Patrimônio da União sobre questões burocráticas que precisam ser resolvidas.” mencionou o procurador.