Presidente da Federação de Futebol foi preso durante a operação suspeito de desvio e lavagem de dinheiro, inclusive da CBF, destinado à FFMS
Operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) revelou que o presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, desviou mais de R$ 6 milhões de repasses do Governo do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) desde 2018.
Conforme levantamento obtido, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS) repassou R$ 8.327.803,20 desde 2015 à FFMS para investimentos nos campeonatos estaduais. Nos últimos três anos, o recurso do FIE (Fundo de Investimentos Esportivos) ultrapassou a cifra do milhão.
Sem contar os repasses da CBF, a Federação de Futebol recebeu milhões da Fundesporte para os campeonatos estaduais da Série A e futebol feminino. Entretanto, a FFMS declarou rombo de quase R$ 1 milhão em 2023.
Na ponta do lápis, o rombo informado não chega nem perto do montante desviado. Com o dinheiro lavado, a FFMS poderia pagar 6x o valor do déficit. O informado pelo Gaeco é referente a desvios de 2018 até fevereiro de 2023. Vale ressaltar que Cezário está à frente da Federação desde 1998.
Em nota, a Fundesporte ressaltou que não é um dos alvos da operação do Gaeco. Além disso, informou que acompanha as investigações e espera que “as denúncias sejam apuradas no rigor da lei”. A Operação Cartão Vermelho investiga crimes de lavagem e desvio de dinheiro da federação ao grupo chefiado por Cezário.
R$ 8,3 milhões em repasses
O balanço contábil mostra que federação contraiu empréstimo, teve depreciação de bens e acabou condenada em ação de indenização. Em 2024, a organização recebeu repasse de R$ 1,2 milhão da Fundesporte para a realização do Estadual Série A.
Confira os valores nos outros anos:
Futebol Masculino
- 2015: R$ 311.421
- 2016: R$ 541.245
- 2017: R$ 775.820
- 2018: R$ 622.750
- 2019: R$ 622.720
- 2020: R$ 822.699
- 2021: R$ 820.902
- 2022: R$ 1.068.362
- 2023: R$ 1.014.490
Futebol Feminino
- 2022: R$ 170.144
- 2023: R$ 245.154
Fomento para arbitragem do Estadual Série B
- 2023: R$ 99.984
A FFMS foi o último local alvo de buscas da Operação Cartão Vermelho, deflagrada nesta terça, contra grupo liderado por Francisco Cezário, presidente há 26 anos do órgão máximo do esporte no Estado.
Isso porque o funcionário que abriu o local também era um dos alvos. Agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) estiveram na casa dele nesta terça-feira. E, por isso, a Federação só foi aberta por volta das 9h40. Entretanto, enquanto aguardava a abertura da instituição, o Gaeco deixou dois agentes no local, impedindo a entrada de demais funcionários.
Com a informação o Midia Max.