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Cezário guardava em casa parte dos R$ 800 mil apreendidos pelo Gaeco

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Dinheiro apreendido na manhã desta terça-feira pelos policiais do Gaeco (Foto: Gaeco-MS)
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Parte dos R$ 800 mil apreendidos nesta terça-feira (21) durante as buscas da operação Cartão Vermelho foi encontrada na casa do presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos. O valor exato encontrado com ele não foi divulgado.

Cezário está no centro de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões da Federação de Futebol em pouco mais de quatro anos.

Ele e outros seis envolvidos no esquema de corrupção foram alvos de prisão preventiva nesta terça-feira. Confira o nome dos investigados:

  • Francisco Cezario de Oliveira;
  • Aparecido Alves Pereira;
  • Francisco Carlos Pereira;
  • Umberto Alves Pereira;
  • Valdir Alves Pereira;
  • Rudson Bogarim Barbosa;
  • Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira;

Além disso, 14 endereços foram visitados pelos policiais em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas; um deles é justamente a casa do dirigente do futebol sul-mato-grossense.

Os policiais militares do Gaeco foram à residência de Cezário nas primeiras horas do dia e saíram de lá por volta das 9h50. Conforme apurado pela reportagem, foi no endereço da rua da Pátria que parte dos R$ 800 mil apreendidos foi encontrada. O segundo local não foi revelado, até o momento.

O advogado do presidente da Federação, André Borges, afirmou que o cliente nega as acusações e que dará todos esclarecimentos necessários.

Depois das buscas, Cezário foi para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol. No início da tarde, passou por exame no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) e em seguida foi levado o Presídio Militar Estadual, onde ficará em uma cela para advogados.

Em Campo Grande, outros cinco presos foram levados para a unidade policial.

Entre os detidos está Francisco Carlos Pereira; alvo de prisão preventiva, também foi flagrado com um revólver e 34 munições em casa. Ele chegou a apresentar aos policiais um registro de arma com data de 17 de maio de 1991 e uma licença para posse de arma em domicílio permanente com data de 10 de janeiro de 1986; mas nenhum dos documentos tem validade mais, por isso foi autuado pelo crime de porte irregular de arma.

Hotéis, restaurante e uma loja de artigos esportivos da segunda maior cidade do estado também foram alvo de busca e apreensão.

A empresa Invictus Sports, fornecedora de uniformes da Federação, também foi vistoriada e em nota, alegou que tem todos os serviços prestados registrados.

“A empresa de confecção de uniformes Invictus, de Dourados, é prestadora de serviços para a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e tem os referidos serviços registrados através de fornecimento de nota fiscal e pagamento registrado em conta corrente da empresa. Marcos Araújo, proprietário, acompanha o trabalho do Gaeco e está fornecendo todas as informações solicitadas. Está à disposição e confia no trabalho desempenhado pela Justiça de Mato Grosso do Sul”

Esquema de corrupção

Segundo o Gaeco, em 20 meses de investigação, as equipes identificaram a existência de um grupo dentro da Federação que desviava valores recebidos do governo do estado – por meio de convênio, subvenção ou termo de fomento – e até mesmo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Para isso, os investigados sacavam dinheiro em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Os valores retirados eram sempre menores que R$ 5 mil, uma “manobra” para não alertar os órgãos de controle.

Depois, os valores sacados eram divididos entre os integrantes do esquema.

Ao longo das investigações, a organização criminosa realizou mais de 1.200 saques, que ultrapassaram R$ 3 milhões de desvio.

Também foi identificado um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. O mesmo se repetia em outros estabelecimentos.

Conforme o Gaeco, os estabelecimentos recebiam “altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul” e depois tinham que devolver para os integrantes do esquema parte dos valores.