Número de óbitos subiu para cinco nesta semana; Secretária associa crescimento dos números à baixa vacinação
A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) reativou nesta semana o Centro de Operações de Emergência (COE) para o monitoramento e auxílio no enfrentamento das chamadas Síndromes Gripais Agudas Graves (Srag), causadas principalmente pelo do vírus sincicial respiratório (VSR), da influenza A e do rinovírus.
Segundo a titular da pasta, Rosana Leite, a Capital já chegou a 1.033 casos da doença, e a quantidade de mortos subiu de um para cinco apenas na última semana.
As vítimas conforme divulgado pela Sesau são um homem de 54 anos, que sofria de insuficiência renal, uma idosa de 100 anos, outra de 91 anos ambas sem comorbidades, um paciente de 52 anos que sofria de hipertensão e um homem de 30 anos, fumante.
O aumento no número de atendimentos nas Unidades de Saúde chamou a atenção da Sesau, que já publicou, juntamente com a Prefeitura, um Decreto de Emergência.
“Nós observamos que nas últimas três semanas houve um aumento expressivo da circulação do vírus sincicial respiratório, causando problemas graves, necessitando de maior internação desses pacientes, e maior período de internação também, já que antes demoravam cinco dias no hospital, e agora estão demorando até 15 dias”.
Revelou Rosana.
O aumento no número de casos e no tempo de internação acarretou na superlotação dos hospitais, das Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) e dos Centros Regionais de Saúde (CRS).
“Ontem o número de atendimentos nas UPAs superou 5.500, e a nossa média é de 4.500 atendimentos por dia. As emergências, salas vermelhas e amarelas, estão acima da capacidade, e quando a gente fala acima da capacidade ainda existe um cuidado, então não está em estado de calamidade. Mas os leitos de Centro de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal estão 100% ocupados”.
Acrescentou.
Com relação a demora no atendimento, em que algumas pessoas chegaram a relatar até 4h de espera, a secretária reforçou a questão da classificação.
O paciente que recebe a pulseira vermelha será prioridade, o amarelo será atendido com maior celeridade.
A demora, de acordo com Rosana, está ocorrendo para pacientes que recebem a pulseira de classificação de verde ou azul.
“Ontem a média [de espera para atendimento] estava em duas horas e meia da menor e até quatro horas e meia nas nossas unidades. Como Secretária Municipal de Saúde também acompanho a rede privada, é nosso dever, a média [de espera de atendimento] está bem semelhante”.
Explicou a secretária.
Para tentar dar celeridade no atendimento houve o reforço de um médico em todas as unidades de saúde do município.
Como também, mais dois médicos na Unidade da Upa Leblon, que de acordo com a secretária, é onde existe maior procura por atendimento médico.
Alerta para Influenza A
Rosana Leite destacou que, se comparado com o mesmo período do ano passado, quando 1.428 casos da SRAG haviam sido notificados, houve uma queda significativa no índice. No entanto, o crescimento da circulação do vírus da Ifluenza A preocupa as autoridades de saúde, já que quatro das cinco mortes relatadas neste ano foram de pessoas que estavam com o vírus.
“O que chama muito a nossa atenção, que nós observamos principalmente à partir da 13ª semana, foi uma maior circulação do vírus sincicial respiratório da Influenza A. Nós já temos 4 óbitos por Influenza A. Recebemos essa notificação agora, inclusive. Até ontem, nós tínhamos 1. Então, essa situação nos preocupa, porque nós queremos que a população entenda a gravidade, que tome as medidas”.
Disse Rosana.
A secretária destaca ainda que uma das medidas que podem ajudar a diminuir o número de internações e as chances de óbitos pela doença é a vacina.
“Nós temos vacina disponível contra a Influenza, especificamente do tipo A, que tem causado esses óbitos. E, infelizmente, nós vacinamos apenas 17% do público-alvo. Então, eu aproveito para fazer esse chamamento”;
Afirmou.
Saiba: O público-alvo, que pode se imunizar gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é formado por pessoas de 60 anos ou mais, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, professores da rede pública de ensino, indígenas vivendo fora ou em terra indígena, pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos), adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos, população privada de liberdade (18 anos e mais), funcionário do sistema de privação de liberdade, pessoas em situação de rua, pessoas com comorbidades, profissionais das forças armadas e das forças de segurança e salvamento, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso e trabalhadores portuários.
Além da vacina, o uso de máscaras, higienização das mãos e utilização do álcool em gel também são aliados do combate aos vírus gripais.
Influenza
Os vírus da influenza causam infecções no trato respiratório humano. existem quatro tipos da influenza: A, B, C e D. Para os humanos, os dois tipos que mais impactam a saúde são o A e o B. Os de tipo A são os conhecidos por causar emergências de saúde pública, como no caso da pandemia de 2009 (causada pelo vírus H1N1 da influenza A).
Os vírus da influenza A são divididos em subtipos, com base em duas proteínas presentes nas superfícies do agente infeccioso: a hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Daí deriva sua classificação específica, como H1N1 e H3N2, por exemplo.
Os de tipo B não se dividem em subtipos, como os da A, mas sim em duas linhagens: a Yamagata e Victoria. De modo geral, os sintomas começam a se manifestar entre o primeiro e o quarto dia da infecção e os mais comuns são:
De modo geral, os sintomas começam a se manifestar entre o primeiro e o quarto dia da infecção e os mais comuns são:
– Febre;
– Calafrios;
– Tosse;
– Dor de garganta;
– Nariz escorrendo ou entupido;
– Dor muscular e/ou corporais;
– Dor de cabeça;
– Fadiga (cansaço);
– Vômito e diarreia, mais comum no público infantil.
A maioria das pessoas se recupera em menos de duas semanas, mas alguns indivíduos podem apresentar complicações, como pneumonia.
VSR
De modo geral, a infecção por vírus sincicial respiratório começa com coriza, tosse e febre leve. Conforme os dias passam, a criança pode apresentar outros sintomas, como:
- dificuldade para respirar;
- dedos e lábios azulados;
- secreção nasal;
- espirros;
- chiado;
- dificuldades para mamar, se for um bebê;
- dor de cabeça;
- dor de garganta;
- perda de apetite;
- prostração;
- cansaço.
O vírus sincicial respiratório é altamente contagioso, sendo capaz de causar condições sérias no paciente, como a bronquiolite.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.