Secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, indicou a contratação de mais médicos e enfermeiros, além de ampliar a capacidade de atendimento com mais leitos
Devido ao aumento das doenças respiratórias, Campo Grande entra em “situação de emergência” através de decreto que, conforme o Executivo Municipal, deve ser publicado ainda nesta terça-feira no Diário Oficial da Capital.
Nesta terça-feira (30) a secretária Rosana Leite, responsável pela pasta municipal da Saúde, indica as medidas efetivas a serem adotadas por Campo Grande para lidar com esse aumento considerável das doenças no trato respiratório, que tem sido observada em todo o território nacional.
Rosana esteve reunida ontem (29) também com a presidência da Câmara Municipal, ao lado do secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais (Segov), Ulisses Rocha, e Adolfo Scipião, representante da Defesa Civil, tratando desse aumento expressivo das chamadas Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs).
Nessa ocasião ela sinalizou a ativação, por parte da prefeitura, do Centro de Operações de Emergências, já indicando que seria decretada a situação emergencial em Campo Grande.
Conforme a secretária, o decreto do Executivo busca diminuir os casos e evitar que a situação seja ainda mais grave, gerando inclusive sobrecarga na lotação dos hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Regionais de Saúde (CRSs) e do município.
Rosana indicou também a contratação de mais profissionais médicos e enfermeiros, além de ampliar a capacidade de atendimento com mais leitos.
“Vamos organizar os processos, mas o importante é que a população entenda que é uma síndrome gripal, um vírus respiratório. É preciso usar máscara, lavar as mãos e cuidar especialmente dos bebês e crianças, estamos com um número muito alto de crianças, com menos de dois anos internadas e levam bastante tempo nos hospitais”, pontuou a secretária.
Números preocupantes
Ainda ontem, em edição extra do Diogrande, o município publicou nota técnica com orientações a respeito da situação epidemiológica e assistencial, que se baseia em dados do relatório InfoGRIPE da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública de Mato Grosso do Sul já tinha sinalizado o aumento ainda na semana passada, alertando inclusive para a maior circulação de vírus respiratórios que comumente acontece entre abril e julho.
No âmbito municipal, a Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da prefeitura já detalhava também o aumento dos atendimentos, indicando que o grupo de crianças entre um e nove anos, somados ao de idosos acima dos 60, somam mais da metade dos casos de SRAG.
Em detalhe, de janeiro até 25 de abril o município registrou 977 casos, dos quais 27% correspondiam ao grupo das crianças até nove anos e 25,2% são referentes aos idosos.
Pelos registros do InfoGRIPE da Fiocruz, enquanto Roraima, Amapá e Piauí aparecem estáveis, com exceção do Acre; Rondônia e Mato Grosso, que tem probabilidade crescente maior que 75%, e do Espírito Santo – único com probabilidade de queda -, Mato Grosso do Sul e o restante do País se encontram na situação considerada mais crítica.
Casos e notificações
Diante da necessidade urgente de implementar estratégias preventivas e de triagem eficazes, para o manejo da demanda crescente, a nota técnica diferencia a Síndrome Gripal (SG) da Respiratória Aguda Grave (SRAG) com orientações.
Quanto aos sintomas, a Síndrome Gripal é constatada na pessoa com febre acompanhada de tosse ou dor de garganta no período de uma semana
Por sua vez, para ser enquadrado na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o indivíduo com SG precisa apresentar:
- Desconforto respiratório, ou
- Pressão persistentes no tórax, ou
- Saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente, ou
- Coloração azulada dos lábios ou rosto.
Por fim, a nota técnica lista medidas de prevenção e controle, que vão desde uma intensificação da vacinação contra a influenza, até um comportamento semelhante ao adotado durante a pandemia.
Ou seja, é recomendado reduzir o contato social desnecessário, evitando ambientes aglomerados, além do uso de máscara por qualquer um com sintomas respiratórios e em hospitais e demais unidades de saúde por funcionários, pacientes e visitantes.
Com a informação o Correio do Estado.