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“É preocupante, mas não alarmante”, afirma secretária sobre cenário da dengue na Capital

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Secretária municipal de Saúde, Rosana Leite - MARCELO VICTOR
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Sem óbitos, 4.509 casos de dengue foram registrados em 2024

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a secretária municipal de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite, afirmou que a situação atual da dengue é preocupante, pois precisa de atenção e cuidados, mas não alarmante, visto que inexiste óbitos e ascendência de casos.

Com recordes históricos, alguns estados brasileiros enfrentam explosão no número de casos de dengue no início deste ano, o que deixa Mato Grosso do Sul em alerta.

Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo enfrentam ascendência anormal da doença e aumento da procura pelo sistema de saúde, o que causa superlotação de hospitais.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 2 milhões de casos e 682 mortes foram registrados neste ano. Portanto, em três meses de 2024, o número é o maior já registrado na história do Brasil.

Mas, em Mato Grosso do Sul, a situação é diferente: número de casos prováveis e confirmados estão sob controle e não há superlotação do sistema de saúde.

Números do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Sáude (SES) apontam que 9.172 casos de dengue foram notificados e 3.015 confirmados, em 2024, nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Além disso, 5 óbitos foram registrados nos municípios de Coronel Sapucaia (1), Laguna Carapã (1) Dourados (1), Maracaju (1) e Chapadão do Sul (1).

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) indicam que 4.509 casos de dengue e 5 casos de Zika foram notificados, entre 1º de janeiro e 19 de março de 2024, em Campo Grande. Nenhum óbito foi registrado. Em 2023, 17.033 notificações e seis mortes por dengue foram registradas.

“É uma situação sempre preocupante, porque embora nós estejamos num momento confortável, 4 mil casos notificados, nenhum óbito, isso a qualquer momento pode virar, porque agora que começa a ascendência, mas em relação ao ano passado a gente ainda está abaixo. Então assim, é algo preocupante, mas não alarmante, porém temos que estar sempre alertas, porque a qualquer momento pode acontecer o que aconteceu no Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro”, explicou a chefe da pasta.

O pronunciamento foi feito na manhã desta sexta-feira (22), durante lançamento da 2ª Edição da Campanha “Meu Bairro Limpo – Todos em Ação contra a Dengue”, na Escola Municipal Doutor Eduardo Olímpio Machado, localizada na rua Lúcia Martins Coelho, número 793, bairro Ouro Verde, em Campo Grande.

DENGUE

A dengue é uma arbovirose comum no Brasil e é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti.

O período do ano com maior transmissão da doença é o verão: meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. Isto ocorre porque esta época chove muito, e, o acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença.

O mosquito Aedes Aegypti também transmite outras doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A enfermeira Nivea Lorena explicou ao Correio do Estado que os sintomas da dengue são dor de cabeça, dor nos ossos, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, vômito, febre, mal-estar e falta de apetite. Em alguns casos, a doença pode evoluir para casos mais graves ou não.

O tratamento da dengue é sintomático, ou seja, feito para aliviar os sintomas. A hidratação é fundamental durante o tratamento. Os medicamentos recomendados, em caso de dor, são paracetamol ou dipirona.

VACINA

Uma das melhores maneiras de se combater a dengue é a vacinação. Dados da Sesau apontam que 8,3 mil crianças, de 10 a 14 anos, foram vacinadas contra a dengue em Campo Grande.

A cobertura vacinal é baixa, tendo em vista que a meta era vacinar 24,6 mil. A vacinação contra a doença começou em 10 de fevereiro em Campo Grande.

Conforme publicado pelo Correio do Estado, a Capital aplicou apenas um terço dos imunizantes contra dengue em 40 dias de campanha de vacinação.

“É uma pena que as pessoas não estão indo vacinar. A dengue, principalmente nesse público de 10 a 14 anos, que ela dá uma imunidade perene, ou seja, ele vai vacinar agora e não vai pegar a dengue. Então é mais uma arma”, explicou a secretária de Saúde, Rosana Leite.

De acordo com a chefe da pasta, é impossível estender a vacinação para escolas, shoppings, mercados e terminais de ônibus, como é feita com a imunização contra Covid-19.

“Infelizmente, nós já estávamos com essa programação, mas o Ministério da Saúde soltou uma nota proibindo a vacinação da Dengue extra-muros, ou seja, em escolas, em shoppings. Nós estávamos num ascendente de vacinação nas escolas, aí a gente teve que retroceder por conta dessa norma do Ministério. Eles alegaram a incidência de reações anafiláticas e então deve ser feito em um ambiente onde você tenha um médico”, disse a secretária.

Qdenga, vacina contra dengue, é aplicada gratuitamente em crianças/adolescentes de 10 a 14 anos, em todos os estados brasileiros.

Quem está fora da faixa etária, classificada como prioritária, deve procurar a vacina na rede particular.

A Qdenga é contraindicada para gestantes e lactantes e, portanto, não pode ser administrada nem na rede pública, nem na privada. A dose também não é indicada para pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior.

A vacina previne exclusivamente casos de dengue e não protege contra outros tipos de arboviroses, como Zika, Chikungunya e febre amarela.

O esquema completo da Qdenga é composto por duas doses, a serem administradas por via subcutânea com intervalo de 3 meses entre elas. Quem já teve dengue também deve tomar a dose.

Para quem apresentou a infecção recentemente, a orientação é aguardar 6 meses para receber o imunizante. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as duas doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.

PREVENÇÃO

Existem formas de prevenir e combater a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Confira:

  • Evitar deixar água parada em vasos de plantas;
  • Vacinação;
  • Manter caixas d’água bem fechadas;
  • Eliminar acúmulo de água sobre a laje;
  • Manter garrafas e latas tampadas;
  • Fazer manutenção em piscinas;
  • Manter pneus ou outros objetos que possam acumular água em locais cobertos;
  • Tampar ralos;
  • Usar repelentes;
  • Fumacê;
  • Método Wolbachia.

Com a informação o Correio do Estado.

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