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Bairros sem infraestrutura são os mais infestados pelo mosquito da dengue

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Lixo em bairros da cidade, como o Jardim Noroeste, tornam mais difícil o combate à dengue - Foto: Gerson Oliveira
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A falta de infraestrutura coloca os bairros Nova Lima, Jardim Noroeste e Mata do Segredo dentro das regiões de Campo Grande com maior índice de infestação de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e da zika.

Conforme o Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), feito pela Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais de Campo Grande (CCEV), em janeiro, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos bairros Nova Lima, Jardim Noroeste e Coronel Antonino registraram por meio de visitas às residências feitas pelos agentes de saúde que o índice de infestação predial para o mosquito está acima de 3,9, o que indica a classificação de risco para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Além do índice de infestação, a pesquisa também identificou que esses mesmos bairros apresentam risco no índice de Breteau, que é um valor numérico que define a quantidade de Aedes aegypti em fase larvária encontrada dentro das residências.

No Mata do Jacinto, por exemplo, bairro que fica próximo ao Coronel Antonino, moradores reclamam da falta de limpeza em terreno que a mais de 10 anos impossibilita que a calçada seja transitada.

Segundo o presidente e conselheiro de Segurança da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional Mata do Jacinto, Elias Camilo, o terreno sujo fica localizado na Rua Jamil Basmage, na quadra entre as ruas Safar Murad e Alcindo Gasparini, a 100 metros de uma escola e da Cotolengo, instituição que atende adolescentes e adultos carentes com paralisia cerebral grave.

No local citado, há muitos focos de água parada, em função do lixo acumulado que foi jogado no terreno e de restos de construção.

“Têm muito foco da dengue no local ,além de cachorro morto que jogam lá. Os vizinhos têm reclamado da presença de escorpião e ratos em suas casas, por causa do lixo que jogam lá”, informou Camilo.

Como já noticiado pelo Correio do Estado, os moradores do Nova Lima e do Jardim Noroeste também lidam há anos com problemas de infraestrutura, mesmo que a região tem passado por obras de pavimentação asfáltica.

Durante essas obras, no bairro Nova Lima, por exemplo, as quais atualmente estão suspensas, o tempo chuvoso já causou a abertura de crateras nas ruas. Ainda, a força da enxurrada transformou 
as ruas da região em um verdadeiro lamaçal, podendo servir de local para focos da dengue, justamente pela presença de água parada.

No Jardim Noroeste, há décadas a comunidade local denuncia o descaso com esgoto a céu aberto nas imediações do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), o que vem causando sérios riscos sanitários e ambientais.

Conforme informado pelo Correio do Estado no ano passado, um laudo pericial do Instituto de Criminalística Hercílio Macellaro (ICHM) foi realizado no cruzamento das ruas Indianápolis e das Dálias, no Jardim Noroeste. Conforme o documento, as condições da área são favoráveis 
à proliferação de ratos, baratas, escorpiões e de outros vetores transmissores de doenças como o Aedes aegypti.

No levantamento feito pela Sesau, 42 bairros estão em situação de alerta para a infestação do mosquito, enquanto outras 28 localidades têm situação considerada satisfatória. 

AÇÕES DE COMBATE

O Correio do Estado entrou em contato com a Sesau, que comunicou que os três bairros citados nesta reportagem vêm recebendo ações pontuais de combate à dengue desde janeiro, com foco do trabalho nos locais com maires proliferações e incidência de casos.

Ontem, as equipes da CCEV e da Sesau circularam nos bairros Jardim Noroeste, Nova Lima, Jardim Centenário e Portal Caiobá, a fim de fazer o borrifamento de veneno ultrabaixo volume (UBV), popularmente conhecido como fumacê. Esse inseticida atinge os mosquitos adultos, preferencialmente as fêmeas, que são as transmissoras das doenças.

Além desse trabalho, a Prefeitura de Campo Grande lançou ontem a campanha Meu Bairro Limpo Todos em Ação contra a Dengue. Durante as próximas semanas, agentes da CCEV estarão mobilizados no trabalho de prevenção e combate ao Aedes aegypti na região Anhanduizinho.

Os servidores farão a inspeção de casas e terrenos baldios, além do recolhimento e da eliminação de materiais inservíveis potenciais criadouros do mosquito. Ainda, haverá orientação para os moradores em relação às medidas de prevenção.

Durante essa ação, dois pontos de coleta de materiais inservíveis serão disponibilizados à população, para o correto descarte de móveis inutilizados, entre outros itens.

A titular da Sesau, Rosana Leite de Melo, reforça que é necessário o apoio da população para uma maior efetividade no combate às doenças transmitidas pelo mosquito.

“É extremamente importante a colaboração de todos para que a gente consiga vencer o combate contra o mosquito. Se cada um contribuir, certamente teremos maior sucesso nesse trabalho”, enfatiza.

Segundo a secretaria, a campanha teve início na região com maior densidade populacional de Campo Grande, mas também passará nos bairros com a maior incidência de casos.

CASOS

De 1º de janeiro ao dia 28 de fevereiro, 2.310 casos de dengue foram notificados em Campo Grande. Até o momento, não houve registro de nenhum caso de zika na Capital, enquanto para chikungunya foram aepnas duas notificações.

Em todo o ano passado, Campo Grande registrou 17.033 casos de dengue e seis óbitos provocados pela doença. De janeiro a dezembro do mesmo ano, foram notificados 92 casos de zika e 176 de chikungunya.

Em Mato Grosso do Sul, segundo o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), existem 5.854 casos prováveis de dengue. Outros 1.934 já foram confirmados.

Ainda, três óbitos causados pela doença foram registrados. As cidades de Aral Moreira, Paranhos, Sete Quedas, Coronel Sapucaia e Costa Rica são os municípios com mais incidência de casos prováveis de dengue no Estado.

Com a informação O Estado.