O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques Ortega tem dois dias para recuperar suas forças depois da conquista do 5000 m T11, na terça-feira (21), válida pelo atletismo dos Jogos Parapan-Americanos 2023. Nesta sexta-feira, a partir das 16h57, na pista do Centro Centro Atlético do Estádio Nacional, em Santiago (CHI), o campo-grandense disputa as semifinais do 1500 m T11.
“Gostaram do que viram? Missão cumprida, quero agradecer a torcida de todo mundo… Um pouco mal ainda, galera, vontade de vomitar, a gente faz muita força, né?!”, disse o paratleta brasileiro logo após vencer a prova de terça-feira, em rede social.
Favorito, Yeltsin não deu chances aos adversários e com o tempo de 15min13s10, pulverizou o recorde parapan- -americano, que era de Jason Dunkerley. Em Toronto 2015, em seu país, o canadense havia estabelecido a marca de 15:39.54. O recorde mundial é do japonês Kenya Kurasawa, de 2021, com 14:55.39.
“Mostramos a que viemos, valeu a pena, o trabalho, todo o investimento dos patrocinadores que acreditam na gente”, falou o brasileiro de 32 anos, ao acrescentar que a preparação visa o maior objetivo: a Paralimpíada 2024, em Paris.
O lugar mais alto do pódio foi o primeiro da delegação brasileira na programação do atletismo no Parapan 2023. Ao lado dos atletas-guia Edelson Ávila e Guilherme Ademilson Santos, nos 5000 m T11, Yeltsin teve a companhia do também brasileiro Júlio César Agripino, medalhista de bronze, com 15:36:71. Entre eles, o peruano Rosbil Yohon Guillen, que completou a distância em 15:28:52. Os três superaram o recorde anterior da prova.
Expectativa de outro ouro
Yeltsin volta à pista amanhã para as semifinais dos 1500 m. Estão programadas duas baterias para definir quem vai à final no dia seguinte. Sábado (25), penúltimo dia dos Jogos Parapan-Americano, em Santiago, a disputa pela medalha acontece a partir de 18h08, conforme previsão da organização.
De novo, o sul-mato-grossense é cotado para subir ao pódio e acrescentar a quarta medalha dourada de Parapans para sua coleção. Antes, havia brilhado em Toronto 2015 e Lima 2019.
Segundo o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), depois dos resultados da terça-feira (21), com 12 ouros, sete pratas e nove bronzes para o país, o top 3 do quadro de medalhas segue inalterado. A delegação brasileira em grande vantagem na liderança – 155 medalhas (67 ouros, 45 pratas e 43 bronzes) –, seguidos pelos estadunidenses, que somam 61 (20/17/24), e pela Colômbia, que chegou a 63 (17/24/22), e perde no critério de desempate, que é o número de ouros.
Para esta edição, são 324 paratletas do Brasil, 190 homens e 134 mulheres, de 23 Estados – entre os que não possui representantes está Mato Grosso – e do DF, em 17 modalidades.
De acordo com o comitê nacional, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
Conteúdo retirado do O Estado.