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Incêndio sem precedentes acaba com 100 barracos na comunidade do Mandela

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Familia desolada após incendio em comunidade. - Foto: Marcelo Victor
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Fogo se alastrou rapidamente por conta das altas temperaturas aliadas à baixa umidade do ar e aos ventos fortes na Capital

Um incêndio de grandes proporções atingiu mais de 100 barracos na comunidade do Mandela, região norte de Campo Grande, na manhã de ontem. Equipe do Corpo de Bombeiros que atendeu a ocorrência informou ao Correio do Estado que o fogo pode ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa que teria ateado fogo em um barraco, mas que acabou se espalhando para outros.

Conforme o capitão do Corpo de Bombeiros Joelhe Rodrigues Alencar, a causa real, no entanto, ainda será investigada.

“[A causa pode ter sido] ou curto-circuito, por conta das ligações clandestinas de energia, ou algum usuário de drogas, porque disseram para a gente que um usuário colocou fogo em uma casa, e aí espalhou. Mas a gente não sabe se isso é verdade, é a informação que nos deram”, disse.

Alencar também afirmou que o número de moradias destruídas pelo incêndio ainda não foi contabilizado, mas ressalta que pode passar de 100. Inicialmente, a projeção era de 80 barracos arruinados.

“Pelo que nos falaram, [a comunidade do Mandela] tem mais ou menos 250 residências, mas olhando superficialmente, eu chuto que pelo menos umas 100, 150 queimaram”, estimou para o Correio do Estado.Fundadora da comunidade do Mandela, Ivonete Santos, 47 anos, mais conhecida como Miru, relatou ao Correio do Estado que essa é a terceira vez que a comunidade pega fogo.

“Infelizmente é esse desespero. Se um barraco tem problemas, todo mundo aqui é afetado. Estamos juntos nessa batalha para salvar as nossas vidas”, descreveu Miru para a reportagem.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, esteve na comunidade e informou que 50 barracas foram disponibilizadas pelo Exército, as quais foram entregues para os moradores que optaram por não sair do local atingido pelo incêndio.

Uma dessas pessoas é Jéssica. Ela comentou que não quer ir para um abrigo por medo de que roubem os únicos pertences que conseguiu salvar em meio às chamas.

“Enquanto a gente estava no desespero, tirando botijão de gás, [pondo] as coisas para fora, as pessoas já aproveitavam para roubar. Roubaram o botijão de gás, roubaram as coisas dos outros, televisão sumiu, porque a gente foi tirando tudo para tentar salvar o que podia. Agora, se já estão roubando com a gente aqui, imagina se nós saíssemos. Está difícil, já tenho pouco e ainda vão roubar”, detalhou a moradora.

Já as famílias que optaram pelo acolhimento serão alojadas em um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e em uma estrutura que será mobilizada na escola mais próxima da comunidade.

“Nós temos 43 famílias que já aceitaram o acolhimento. As nossas equipes da Defesa Civil e da Guarda Civil Metropolitana vão ficar na comunidade, entendendo todo o processo, e tenho certeza que outras famílias também aceitarão o acolhimento”, afirmou a prefeita.

MORADIAS

Em janeiro, foi anunciada a construção de 220 novas unidades habitacionais para os Residenciais Mandela I, II e III pela Prefeitura de Campo Grande.

De acordo com o diretor-adjunto da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Cláudio Marques, o prazo para a entrega das casas às famílias da comunidade do Mandela segue com previsão para novembro do ano que vem. O investimento de R$ 17 milhões será destinado exclusivamente às famílias que moram na comunidade.

Os Residenciais Mandela I, II e III serão construídos com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento voltado ao Setor Público (Finisa), operacionalizado pela Caixa Econômica Federal (CEF), no valor de R$ 14 milhões. Outros R$ 3.106.894,12 virão do fundo social da Águas Guariroba S/A.

ASSISTÊNCIA 

Ao Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Campo Grande (SAS) informou que a equipe do Cras Estrela do Sul, que atende a região da comunidade do Mandela, está prestando os atendimentos às famílias atingidas.

Além disso, a prefeitura trabalha com as equipes da Assistência Social para definir qual o melhor equipamento para abrigar as famílias que perderam suas casas.

A SAS reforçou que os moradores que tiveram a casa atingida pelo incêndio também podem buscar ajuda e orientação direto no Cras Estrela do Sul, que fica na Av. Av. Pref. Heráclito José Diniz de Figueiredo, s/n Conjunto Residencial Estrela do Sul.

FOGO NO PANTANAL

Diversos municípios da região do Pantanal de MS estão sob alerta. Somadas, essas localidades já registraram 1.688 focos de incêndio, segundo dados do Boletim Risco de Incêndio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A cidade que lidera o ranking é Corumbá, com 989 focos. Outros municípios que estão na lista são Miranda com 570, Aquidauana com 92, Coxim com 35 e Porto Murtinho que registrou dois focos de incêndio.

Uma força-tarefa para intensificar o combate às chamas no Pantanal começou a ser colocada em prática pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul ontem, em meio ao aumento de área queimada, que já é 95,8% maior que a do ano passado.

Além do clima desfavorável, com altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar, muitos ventos e sem previsão de chuvas, o acesso aos locais em chamas é um dos principais problemas para os bombeiros.

Além disso, na tarde de quarta-feira, a carga de um caminhão que transportava carvão pegou fogo, e o veículo só não foi destruído porque o motorista parou próximo a um local onde havia bombeiros e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), recebendo ajuda para descarregar as sacas que estavam queimando.

Os moradores da região conseguiram evitar que o fogo atingisse casas e hotéis, porém, as chamas se espalharam em diferentes direções. Desde então, avança principalmente rumo à cidade de Miranda, ao longo da BR-262. 

Com a informação o Correio do Estado.

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