a

Campo Grande Post

Search
Picture of Informativo

Informativo

De animais a enxoval de bebê e documentos: Famílias relatam que perderam tudo em incêndio

Picture of Informativo

Informativo

Roselene tem baixa visão e vizinhos a retiraram da moradia antes das chamas chegarem (Foto: Laura Brasil)
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Além de perderem suas moradias, os moradores da Comunidade do Mandela, que foi atingida por incêndio nesta quinta-feira (16), relatam o drama de ver tudo o que tinham ser consumido pelas chamas. No desespero para tentar salvar os pertences, algumas pessoas chegaram a arriscar suas vidas em meio as chamas.

É o caso de Sara e Geovana, mãe e filha, que moravam na comunidade. Geovana está grávida de seis meses e perdeu todo o enxoval do bebê no incêndio. Antes, elas entraram na moradia algumas vezes, já durante o incêndio, e conseguiram retirar poucas coisas.

Quem conta a história é Sandra Maria Pereira dos Reis, mãe da também Sandra e avó de Geovana, que mora próximo ao local. Emocionada, ela disse ao Correio do Estado que no desespero de perder o pouco que tinham, as duas tentaram recolher o que conseguiram, mas ainda assim muita coisa queimou.

“Da minha filha, conseguiu tirar o colchão, a geladeira e roupas. Perdeu documentos, roupa do neném, conseguiu resgatar só um móvel”, disse. 

“É triste, porque é um pedacinho da gente, mas graças a Deus está todo mundo com vida, estava muita gente correndo, tentando recolher as coisas, mas graças a Deus que não morreu ninguém, menos mal que vidas não se foram, da para reconstruir”, acrescentou Sandra.

Ela disse ainda que a filha e a neta ficarão, temporariamente, na casa de uma conhecida que cedeu o espaço, enquanto a prefeitura define o que será feito para realocar os moradores da comunidade.

Márcia Rodrigues, 42 anos, mora com o esposo e o filho e não teve tempo de salvar nenhum bem material, apenas o cachorro.  “Perdi tudo, eu soltei o cachorro Rex, mas ele já está bem. Faz oito anos que espero pela casa, assinou que ia ter a chave na mão, cadê?”, questiona, se referindo a uma moradia que teria sido prometida pelo Executivo Municipal.

Marcos Antônio, de 50 anos, perdeu o animal de estimação. “O meu gato morreu queimado no barraco”, disse. Além disso, o morador relata que passou o dia sem comer, tomando apenas água.

União em meio a tragédia

No meio da tragédia, também havia o clima de união. Além de salvar as próprias coisas, os moradores também correram para ajudar vizinhos ou pessoas que precisaram sair de seus barracos,

Roselene da Silva é deficiente visual, com baixa visão, mora sozinha e foi socorrida por vizinhos, que tiraram ela da casa antes que as chamas chegassem. A moradia de Roselene, no entanto, não chegou a ser atingida.

“Foi muito feio, porque o fogo estava próximo a minha casa, quase chegando na minha vizinha, aí mandaram tirar botijão, todo mundo gritando, e o fogo muito alto. Eu como tenho problema de visão, o menino veio tirar o botijão, o vizinho chegou e eu fui para frente, porque começaram a tirar as coisas daqui com medo do fogo invadir”, disse ao Correio do Estado.

“Assustei muito, foi muito feio mesmo, uma coisa terrível. Já e a terceira vez que pega fogo, mas agora foi maior ainda, eu temi pela vida. Meu genro falou: ‘pega os documentos e o remédio’. Eu tremia muito, fiquei bem ruim da visão e meu genro ficou ajudando a apagar o fogo com o resto da água, mas não conseguiu”, relata.

“Todo mundo veio me procurar, pegou fogo até na cerca da vizinha, por pouco não chegou. Tava demais, o rapaz veio e ficou com medo do botijão estourar, achamos que ia pegar tudo, não tinha jeito de fazer nada mais, era só tirar o que desse para tirar e pronto”.

Roselene, que mora há 8 anos no Mandela, diz ainda que não quer deixar a moradia para ir a um abrigo ou casa de parentes, mas ressalta que foi prometido pela prefeitura uma casa, que é o que ela aguarda.

Com a informação o Correio do Estado.

Siga nossas Redes Sociais